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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Junho 25, 2014

Nouvelle cuisine farta-brutos

Miguel Marujo

É de gozo bem português achincalhar os fiapos gourmet servidos em restaurantes caros, a batata acondicionada em cama de puré de esparregado, pouco mais de um dedo, e o vol-au-vent de frango a pedir meças no meio de um prato gigante imaculadamente branco e limpo em redor daquela pequena ilha de comida, que aprendemos a admirar no Masterchef Austrália. Depois, por contraste, pede-se a feijoada brasileira no snack a despachar do almoço junto ao trabalho e leva-se com o prato entupido de feijões e carne e chouriço e linguiça portuguesa, o molho quase a escorrer do prato, o topping de arroz qual torre que leva a serra da Estrela aos 2000 metros. Sentimos a falta da couve e da mandioca escorraçadas do prato sem estética que justifique a dose excessiva. Falta o meio termo entre a nouvelle cuisine e a cozinha farta-brutos. E não estou a fazer metáforas sobre o país e a política.

 

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