Janeiro 20, 2014
«I didn't know how to name You then. But I see it was You. Always You were calling me.»
Miguel Marujo
Claudio Abbado é daqueles nomes que muitas vezes esquecemos quando pegamos no disco que inscreve Mozart ou Mahler (ou...) na capa, não cuidando que Mozart ou Mahler (ou...) também soam assim por causa de Abbado (ou...). Morreu hoje este maestro italiano cuja Lacrimosa, no Requiem de Mozart, irrompe logo nas primeiras escolhas do YouTube. E como nos faz arrepiar. Assim sempre se celebra melhor a vida: a música, o cinema, a pintura, a arte. As coisas que ouvimos, que vemos, que admiramos, que contemplamos. Com quem amamos, amámos. (Há uma música que para sempre associo ao meu Pai.)
Nem de propósito (mas não há coincidências), há um filme extraordinário a que só agora cheguei: «A Árvore da Vida», de Terrence Malick. Que tem uma Lacrimosa, de Preisner, que ilustra (e a música é uma quase-personagem num filme em que a câmara de filmar faz poesia das palavras e das imagens) uma sequência arrebatadora.
Mesmo na delicadeza do tema, a morte de um filho, mesmo numa história, que vive de uma fé que pode não ser a de muitos, o filme vive de uma crença maior que é o amor, o afeto. Mesmo que só na morte (como aquela família) descubramos a vida.
Talvez pareça forçada esta nota final. Mas não é. Agora que penso este filme devia ser visto por quem quer referendar (e chumbar) o amor de outros.