Novembro 12, 2014
Dizer tanto
Miguel Marujo
Há quem diga adeus do outro lado do muro ou apenas olhe - e logo vem um soldado tentar tapar a vista, como se apenas dizer adeus ou ver fosse crime. Há Willy Brandt a clamar e, mesmo sem o perceber, será da liberdade que ali se grita - e naqueles adeuses e olhares se perdeu. Dizer e ver isto, com aquela música, naquele contexto de libertação, é ter a certeza que há um bem maior de que nunca podemos abdicar, sob desculpa alguma: a liberdade.
[O vídeo encontrei-o numa partilha da Helena, que explica mais e melhor do que eu.]
«Poucas horas depois da abertura do muro, Daniel Barenboim convidou os cidadãos da RDA para um concerto gratuito na Filarmonia, que teve lugar no dia 12 de Novembro. A sala encheu-se de gente e de tudo para lá de todos os limites.
Este vídeo junta imagens de arquivo da história do muro a imagens desse concerto. E não sei o que me comove mais: se as pessoas a acenar para além do muro, se as lágrimas desses valentes que tiveram a coragem de se erguer contra um regime totalitário.»