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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Janeiro 27, 2004

A morte pública

Miguel Marujo

Talvez a comoção ou a indignação sejam resultado de uma morte pública, quase em directo. Arrepia. Mas (acho eu) a morte de Fehér impressiona mais por ser pública: hoje, a morte quer-se reservada, empurrada para os hospitais - ou nas clínicas de rectaguarda, para não afectar as estatísticas de produtividade dos "hospitais SA". Todos negam a morte. Todos fogem da morte. Sofrer em público já é criticável, morrer publicamente é inconcebível. Muito longe das "ars moriendi" - a arte de bem morrer ou a "boa morte"- da Idade Média.