Junho 01, 2004
Automatizada
Miguel Marujo
Doze letras sobre o vidro do autocarro da Carris anunciam algo que não se percebe à primeira: «Automatizada». A condução? Não, o homem de azul ainda por lá anda a conduzir o "amarelo". A velocidade? Quem dera, mas o pára-arranca da cidade não permite grandes pressas, mesmo quando (às vezes, nas horas de ponta) os corredores bus sejam um óptimo posto de observação de quem rumina nas bichas... Não: «Automatizada» é a «cobrança», mas não se explica (como não se explica o que é um BUC). Mas automatizada em quê? Eu dou o dinheiro ao motorista se quiser o bilhetinho, ele dá-me o dito e o troco se for caso disso, e eu tenho de o «obliterar» para confirmar a viagem. Se for viajante com passe também sou eu a passá-lo na máquina. Enfim: aquelas letras devem querer significar outra coisa mesmo.