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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Janeiro 30, 2007

Falta de decência

Miguel Marujo

Mas as crianças, senhores?!

4 comentários

CC
31.01.07

Amigo Miguel,
gostaria de perceber qual a razão de ridicularizar permanentemente quem não tem a mesma opinião sobre o referendo que tu.

É para provar o quê? Que o Sim tem o monopólio da inteligência, da sensibilidade e do bom-senso? Ou o da arrogância e da intolerância?
Ou que não há estupidez argumentativa do lado do Sim (género «coisa humana» da Lídia Jorge, ou «na minha barriga mando eu», ou «um pinto tem mais direitos que um ovo»)?

É para quê?
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Miguel Marujo
31.01.07

Amigo Carlos, ninguém está sempre a ridicularizar. Como imaginas a vontade perante muitos dislates (e, havendo estupidez argumentativa no Sim, no campo do Não têm sido mais, é factual, não é campanha) de ridicularizar é grande. Aqui nesta casa, só tenho feito reflexões sérias, mesmo que uma ou outra tenham sido diatribes. Mas pouco sério é colocar nas mochilas de miúdos panfletos pró-qualquer coisa (neste caso, pró-não).

Aliás, achei, como escreveu o Pacheco Pereira, obscena a utilização de crianças no debate do Prós e Contras: «Acho obscena, assim mesmo: obscena, a utilização de crianças e adolescentes em programas como o Prós e Contras de ontem para falarem ou se manifestarem sobre o aborto. Tal me parece ser da mesma exacta natureza que o inquérito sobre os costumes sexuais dos pais, que tanta condenação suscitou e bem. Antigamente, no tempo em que os animais falavam, havia uma regra deontológica dos jornalistas que impedia entrevistas a menores sobre estes temas. Caducou?»

É isto que está em causa neste post. Ninguém ridiculariza nada, apenas acho indecente o método de quem naquele infantário (não estamos a falar sequer de uma escola secundária) meteu à socapa avisos para os papás...
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Miguel Marujo
31.01.07

A intolerância e arrogância medem-se de um lado e do outro, mas o Não não está isento dela, pelo contrário. E não podes acusar-me de ser arrogante ou intolerante, num campo minado por laurindas-alves e gentis-martins, e onde dizer-se pelo sim é receber mimos de assassino ou pior. [Cito dois do não, já citaste do sim.]
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