Julho 12, 2023
Milan Kundera, a valsa do adeus
Miguel Marujo
Milan Kundera foi a minha companhia na viagem de comboio por uma certa Europa em 1988, de Aveiro a Oostmalle. Aos 16 anos, tinha sede de ler A Insustentável Leveza do Ser, antes do filme com que me apaixonei por Juliette Binoche. O livro ficou-me, gravado também na memória pelas imagens de Philip Kaufman, e depois percorri as estantes dos irmãos mais velhos em busca de A Brincadeira, A Imortalidade, o Livro do Riso e do Esquecimento ou a Valsa do Adeus. Houve outros, e também houve aquele tempo em que Kundera passou a ser alguém que devorei na juventude. Há autores que nos fazem viajar. Até na sua morte. Esta noite, o céu apresentou-se assim. E eu terei de regressar aos seus livros.