Dezembro 29, 2012
Balanços de um ano. Perspetivas de um ano
Miguel Marujo
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Dezembro 29, 2012
Miguel Marujo
Dezembro 28, 2012
Miguel Marujo
«Os jornais vêm cheios de artigos de "opinião", assinados pelas mais fantásticas criaturas: pelo director disto, pelo presidente daquilo, pelo dono daqueloutro. A substância e o estilo são sempre de amadores, que resolveram comunicar à Pátria (e quem sabe se ao mundo) a sua irresistível receita para nos salvar. A prosa em si própria não passa de uma variação ou de um puro plágio do que por aí anda escrito. Escrito e dito na rádio e na televisão por políticos de vária pinta - o que aprenderam de cor e despejam por cima de nós, sem a menor espécie de escrúpulo. Os "moderadores", com um arzinho submisso e acolhedor, não abrem a boca, mesmo quando lhes passam à frente do nariz monstruosidades que qualquer adolescente identificaria a dormir. [...]» Vasco Pulido Valente, hoje no Público.
Dezembro 20, 2012
Miguel Marujo
Portas foi à América Latina vender Magallanes a Chávez e aos outros. Portas foi agora ao Médio Oriente vender dívida pública portuguesa.
Dezembro 20, 2012
Miguel Marujo
O Iraque, que mantém a pena de morte para um grande número de crimes, executou 70 pessoas nos primeiros seis meses deste ano, em comparação com os 67 na totalidade do ano de 2011 e de 18 em 2010, de acordo com o relatório de 46 páginas, produzido pela Missão da ONU no país.
Dezembro 19, 2012
Miguel Marujo
"No próximo dia 10 de janeiro pelas 11h serei julgada no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa por, no passado dia 6 de março ter distribuído panfletos e tentado efectuar uma inscrição colectiva no Centro de Emprego do Conde de Redondo em Lisboa. Fui constituída arguida e acusada de organizar uma manifestação não autorizada. Éramos quatro."
Dezembro 17, 2012
Miguel Marujo
Dezembro 16, 2012
Miguel Marujo
É impossível fazer a lista definitiva do ano que agora acaba. Não ouvimos todos os discos que queríamos; há muitas canções que ainda ressoam no ar à espera de outro tempo para a escuta, há discos que porventura só tropeçaremos daqui a muito tempo, a destempo de quaisquer listas. Recordamos este 2012 naquilo que nos interessa, nas coisas e pessoas que merecem ser citadas. Já se sabe: os afetos não se explicam. Como neste caso, em que a nossa escolha é afinal uma compilação que percorre 30 anos de música – até 2012. Não que o ano não tenha sido fértil em possíveis álbuns do ano, de Andrew Bird a Cat Power, de Fiona Apple a Beach House, de Leonard Cohen a Paul Buchanan. Mas os afetos também se explicam: A Victim of Stars (1982-2012), de David Sylvian, resume 30 anos de carreira a solo do antigo vocalista dos Japan e sintetiza um caminho invulgar da história da pop.
Há um fantasma que abre este duplo álbum: Ghost, que vem dos Japan, a sua banda de origem, aqui numa remistura de 2000, de uma anterior compilação, Everything and Nothing, edição luxuriante, mas menos atenta ao detalhe temporal e histórico desta A Victim of Stars. Mas Ghost não é o fantasma dos Japan, antecipa antes o que mais tarde David Sylvian nos dará a descobrir. O registo cronológico permite estas descobertas e leituras. A cada álbum, o britânico baralhou-nos os sentidos, no experimentalismo sonoro ou no lirismo musical, cruzados em perfeita sintonia, sintonizados na voz deste artesão. Mas há detalhes, timbres e vibrações que percorrem estes 30 anos como marca do artífice – mesmo quando em colaboração com outros. E os outros têm também espaço e tempo aqui.
Depois o primeiro CD viaja por Bamboo Houses e Bamboo Music, single de 1982, cartão de visita da carreira a solo que parece (insistimos) revisitar os 30 anos que se seguem. E Forbidden Colours, com Ryuichi Sakamoto, é um pequeno monumento pop que plana até Heartbeat, outro fresco que nos chega da obra do pianista e compositor japonês.
A narrativa das colaborações de Sylvian marca aliás este álbum, que não deixa de fora nenhum dos seus trabalhos vocais (os álbuns instrumentais, muitas vezes longos, minimais, intraduzíveis, ficam à porta desta coletânea). Além de Sakamoto, há Robert Fripp, Mark Isham, Jon Hassel, Evan Parker, Holger Czukay. E há lugar para quatro temas que David Sylvian nos trouxe nas experiências coletivas de Rain Tree Crow e Nine Horses. Registe-se a ausência do dueto com Virginia Astley, Some Small Hope, que nasceu à sombra de Secrets of the Beehive, opus maior da pop de Sylvian. Álbum de culto, esta obra de 1987 vive aqui com três temas – Let the Happiness In, Orpheus, Waterfront – que nos conduzem até Pop Song, uma "antipopsong" que vive desta aparente contradição. Como toda a obra de Sylvian: a sua música é pop de primeira água – mesmo que hoje se aventure por terrenos onde pede a atenção, toda a atenção e disponibilidade aos ouvidos de quem ouve. Para que escutem, sem pressas, sem concessões.
Desde Blemish (2003) que David Sylvian acentua esse lado experimental em sucessivos álbuns de originais, de canções ou instrumentais, ou entregando as suas criações à recriação e linguagem de outros. E esta compilação traduz esses resultados, rematados no inédito Where’s Your Gravity?, síntese perfeita da matéria dada e revista deste duplo álbum. De fantasmas.
David Sylvian
A Victim of Stars (1982-2012)
Virgin/EMI Music
[texto publicado no QI, suplemento de cultura do DN de ontem, numa escolha pessoal do álbum do ano.]
Dezembro 14, 2012
Miguel Marujo
Dezembro 13, 2012
Miguel Marujo
Que uma senhora lance a suspeita sobre todo um conjunto de pessoas, não nomeando nem apresentando provas, é algo que só pode ser condenado. Mas como vem de quem vem, há uma complacência obscena. Não importa: lance-se a ignomínia, um dia saberemos que foi assim, ou não, mas não interessa. Cheira mal, tudo isto - e vem de longe, neste caso.
Dezembro 13, 2012
Miguel Marujo
Dezembro 11, 2012
Miguel Marujo
[foto MM, dez/12, em Braga]
Dezembro 07, 2012
Miguel Marujo
A realidade. «INE agrava estimativa de queda no PIB para 3,5% no terceiro trimestre. A segunda estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre piora assim as perspetivas de recessão que haviam sido divulgadas na estimativa rápida publicada pelo INE, a 14 de novembro.» (Lusa)
A ilusão. «O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, assinou hoje oito novos contratos de prospeção e pesquisa de minerais metálicos como ouro, prata e chumbo, correspondentes a um investimento de 3,786 milhões de euros.» (Lusa)
Dezembro 06, 2012
Miguel Marujo
Dezembro 05, 2012
Miguel Marujo
A JSD resolveu atacar (raiando o insulto) Mário Soares apenas porque o antigo Presidente da República pediu a demissão do Governo. Entre as insinuações, lá vem à baila a Fundação Mário Soares (FMS) e os seus financiamentos. Passemos por cima do facto da JSD nunca se ter preocupado com o financiamento estatal de uma coisa chamada "Fundação PSD" da Madeira, para nos atermos ao essencial: alguém já se deu ao trabalho de ver o espantoso trabalho (por exemplo) de arquivo e tratamento de acervos históricos realizado pela FMS? Alguém já pensou que se trata de uma fundação de um antigo Presidente da República? Pode discutir-se os termos do financiamento, mas achar que o seu trabalho não merece atenção pública é mesquinho e pobre.
Nos EUA, os ex-presidentes (que continuam a ser tratados formalmente por presidentes) mantêm fundações ou centros ou bibliotecas (e se não há lugar a dinheiros federais para iniciar estas libraries, muitas têm apoios estatais), depois de deixarem as suas funções e são chamados pelos seus sucessores em determinados momentos-chave. Por cá, são sempre espezinhados porque custam muito ao erário público. Em tempos de crise, a demagogia solta-se com juvenis más-criações.
[foto da Universidade de Verão da JSD, em setembro de 2011, onde Soares foi recebido aos gritos de "Soares é fixe"]
Dezembro 03, 2012
Miguel Marujo
O que Passos Coelho terá querido dizer foi abrir o caminho a concessões ao privado, a cheques-ensino e a um reforço dos contratos por associação. Escrevi isto mesmo, no DN, em manchete, segundo fontes de São Bento: «Sem propinas e abrindo a porta aos privados por contrato e concessão: Passos Coelho admite financiamento repartido na Educação. Cheques-ensino, reforço de contratos por associação e travar a contratação de professores são hipóteses de um debate que está ainda muito no início.» Agora, o que ontem o primeiro-ministro veio dizer é ainda mais confuso, mal informado e mal explicado. Resumindo: Passos Coelho estampa-se ao comprido, por culpa própria, por impreparação, por incompetência. Se isto é assim a comunicar...
Dezembro 03, 2012
Miguel Marujo
O Papa vai-nos escrever em 140 carateres, a partir de 12 de dezembro. Esperemos que não se atrapalhe muito e não deixe burros e vacas de fora do texto.