Janeiro 03, 2012
«Um dos grandes problemas que ocorreu em Portugal foi o desaparecimento da política de grandes senhores, com sentido de Estado»
Miguel Marujo
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Janeiro 03, 2012
Miguel Marujo
Janeiro 03, 2012
Miguel Marujo
«A família Soares dos Santos, principal accionista (56,14%) da rede de supermercados Pingo Doce e Recheio, transferiu o seu capital para a Holanda. Dito de outro modo: deixa de pagar impostos em Portugal. [...] Alexandre Soares dos Santos, patriarca da família, o homem que nos últimos anos não fez outra coisa senão dar lições de moral aos portugueses, em sucessivas entrevistas e programas de televisão («Plano Inclinado», etc.) pagos com os nossos impostos, mandou às urtigas o interesse nacional. O povo que suporte o agravamento fiscal. Ele foi pastar para outra freguesia.» [Eduardo Pitta]
Janeiro 02, 2012
Miguel Marujo
Janeiro 02, 2012
Miguel Marujo
Não faço listas do ano que passou; não vi filmes em salas, não ouvi todos os discos que queria, nem li tudo o que acho merecedor, blogues incluídos; por isso, recordo 2011 naquilo que me interessa, nas coisas e pessoas que merecem ser citadas. A destempo, aqui vou deixando notas dos dias que passaram no ano passado.
Janeiro 01, 2012
Miguel Marujo
«Ano novo, vida nossa
Bateram as doze badaladas e anunciaram que tínhamos ficado em 2011. Na televisão, um comentador explicava: “seria uma irresponsabilidade mudar de ano agora, em plena crise”. O colega de debate, especialista em finanças cronológicas, concordava: “não estamos em tempo de comprar novos calendários, as pessoas têm de compreender que é preciso fazer sacrifícios”.
Claro que nem toda a gente aceitou pacificamente a ideia. Milhares de jovens que iam fazer 18 anos em 2012 organizaram manifestações pelo direito ao futuro: “não queremos ficar com as nossas vidas congeladas”, gritavam nas ruas. Movimentos de cidadãos fizeram uma jornada contra o “recuo histórico” que significava voltar ao passado. Houve uma greve por um novo calendário e por melhores condições de vida. Clandestinamente, alguns começaram a produzir calendários alternativos e a funcionar com as datas de 2012. O Governo explicou que era “totalmente inviável” mudar de ano. Sugeriu que os jovens emigrassem. Perante os protestos, ameaçou prender quem tentasse fazer um ano novo à revelia do acordo estabelecido com parceiros internacionais.
De repente, as praças foram ocupadas pela gente. Fizeram-se músicas, contos, poemas, filmes sobre os futuros possíveis: como seria um ano novo? As pessoas começaram a criar aquilo de que falavam. Aguentaram semanas na rua, numa lenta impaciência. Até que um dia o poder viu-se impotente: já não restava ninguém em 2011.»
José Soeiro (O jornal Público pediu ao ex-deputado do BE que, em pouco mais de 1000 caracteres, escrevesse uma mensagem com desejos para 2012. "Saiu isto e foi publicado ontem")