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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Julho 31, 2010

Cábulas

Miguel Marujo

 

Se durante dois anos eu andasse a engonhar com 27 perguntas para fazer a um qualquer político ou empresário ou quem quer que fosse que estivesse mandatado para entrevistar, o meu director devia ficar um tudo nada chateado que eu não conseguisse fazer uma única questão a esse mesmo entrevistado. O mais certo era ser avaliado negativamente, ou - na nomenclatura passista - corria sérios riscos de o meu director ter uma razão atendível para me pôr no olho da rua. Interessante notar que há agora uns senhores (que até têm prerrogativas bem mais assertivas que as da minha carteira profissional) que não conseguiram fazer esse mesmo exercício durante dois anos. De que se queixam então? Falta de tempo. E logo uma massa ululante vocifera contra manipulações da justiça, quando os referidos senhores é que cometeram a maior asneira de todas: não fizeram o trabalhinho de casa, e quais cábulas que chegam ao fim do teste com as folhas em branco desculparam-se com o toque da campainha. Haja paciência.

Julho 30, 2010

Ruas

Miguel Marujo

É no Parque das Nações que se concentram algumas das ruas com os nomes mais bonitos que podemos ter como endereço. Rua Gaivotas em Terra, Rua Pedro e Inês, Largo dos Arautos, Rua do Adeus Português, Rua Jangada de Pedra, e outras mais. Mas na rua do nome mais bonito os arquitectos puseram garagens a viver nelas, sem que ninguém possa dizer que tem a Menina do Mar como morada.

Julho 27, 2010

Fogo

Miguel Marujo

Aí está: abriu a época dos incêndios à séria. Se o Governo não for a tempo desta, talvez se chamusque aqui em lume brando. É ver a história recente.

Julho 23, 2010

Esta cidade

Miguel Marujo

A cidade que fez sonhar os portugueses, num intervalo de crise, continua aqui posta sob os pés que a percorrem pela manhã. Faltam coisas óbvias, claro, mais transportes para a sua periferia, que o centro como sempre está bem servido, mais comércio e vida de bairro, menos dormitório e menos carros a circularem em avenidas... Mas o Parque das Nações continua a ser um pedaço de terra bem feito, bem planeado, quase vivido. Pena que depois não se replique o exemplo (no que é bom) para fora e se importem os maus detalhes. E bem sabemos como a importância está nestes.

Julho 20, 2010

Revisão, 2

Miguel Marujo

É fácil despedir, mesmo sem justa causa, a empresa inventa, ou inventa um fecho abrindo a porta ao lado, e o juiz atrasa. Dizer isto é dizer que o PSD quer facilitar ainda mais a vida aos seus. Isto não é liberalismo: é não querer saber das pessoas. As que importam, sempre, sem ideologias.

Julho 18, 2010

Dizer dos nossos pais

Miguel Marujo

«É uma figura que não posso esquecer, não tanto pelo seu trabalho intelectual, mas por uma bondade quase inimaginável. Para mim, é mesmo a imagem da bondade de Deus, a imagem com que o meu Pai tratava todas as pessoas, e muitas vezes as pessoas mais modestas, mais humildes.» (José Mattoso, à TSF)

Julho 18, 2010

Relativismos

Miguel Marujo

Os indignados do costume apontam o dedo de cada vez que o Governo se faz à estrada em negócios com a Venezuela ou a Líbia, mas agora nem uma palavrinha sobre a maior comitiva empresarial que este domingo vai vassalar esse grande democrata que é José Eduardo dos Santos.

Julho 15, 2010

Talvez

Miguel Marujo

 

Os jornalistas desportivos em Portugal ficam sempre impressionados com a quantidade de pessoas que gostam de modalidades. Talvez porque eles só pensem no futebol.

 

O jornalista da SportTv pasmava por não haver perguntas em português a Sérgio Paulinho, ontem no final da etapa em que foi vencedor. Talvez porque o seu canal que mandou uma embaixada à África do Sul se tenha esquecido de enviar um repórter ao Tour.

Julho 14, 2010

Descontinuar esta gente

Miguel Marujo

A Média Capital descontinuou o Rádio Clube, anunciaram as páginas de jornais dos últimos dias, dispensando 36 colaboradores. Estes eufemismos capitalistas enternecem: despediram trabalhadores, acabaram com uma estação de rádio, mas têm medo das palavras certas.

Julho 14, 2010

Dias estranhos

Miguel Marujo

A política impregna-se agora no dia-a-dia, sobra pouco para vir aqui respirar, olhar além da espuma dos dias, descobrir um país que se alimenta das mesmas personagens há anos e que depois se colocam ali na margem do Tejo a desdenhar como o velho de sempre, os velhos que fazem este país tropeçar, apesar de nos tentarem convencer que eles têm o remédio, quando há muito já nos envenenaram.

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