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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Janeiro 08, 2010

Vocês, deputados

Miguel Marujo

Jaime Gama interrompeu um deputado do PS para o admoestar de que "vocês" não deve ser usado. Use-se então "vossas excelências". E a deputada do PSD disse que não respondia ao socialista porque ele tinha falado de uma forma "desrespeitante". Haja salamaleques, para esta gente.

Janeiro 08, 2010

Direitos, apre!

Miguel Marujo

É sempre engraçado ver como os nossos liberais se estão, de facto, nas tintas para as liberdades individuais: basta falar-lhes em casamentos gays e lá vem a sanha colectivista que eles dizem renegar. No caso do casamento que hoje se aprova, o Estado tem de proibir, dizem, não percebendo eles que ninguém os quer obrigar a deixarem de ser liberais e casarem com pessoas do mesmo sexo. Apre! (esta é para que entendam!)

Janeiro 08, 2010

Afirma Pereira

Miguel Marujo

Pacheco na Quadratura disse qualquer coisa do género: que o PS não avança com a adopção porque sabe que existe uma forte relação entre a homossexualidade e a pederastia... que não é bem pedofilia mas...

 

Como o senhor anda pelos vistos afogado nos abruptos mundos da laranja, nós damos uma ajuda rápida de um qualquer dicionário online (da Priberam) para o senhor deixar de dizer inanidades, que só servem uma motivação política canalha.

 

pederastia

(grego paiderastía, -as, amor às crianças, amor aos rapazes)

s. f.

1. Relação sexual mantida entre um menor e um adulto.

2. Relação sexual entre indivíduos masculinos.

 

pedofilia

(grego país, paidós, criança, filho + -filia)

s. f.

Atracção sexual mórbida do adulto pelas crianças.

 

homossexualidade (cs)

(homossexual + -idade)

s. f.

Atracção ou interesse sexual pelo mesmo sexo.

 

[Ah: e dou-lhe uma ajuda, sobre o meu breve post:

canalha

s. f. 1. Ralé, ínfima plebe. 2. Crianças pequenas. s. m. 3. Patife.]

 

Janeiro 07, 2010

São cavacas, senhores

Miguel Marujo

Em dia de anos do João, do Pedro, da Mónica, do Bernardo... as cavacas começam a ser lançadas. Do alto da Capela de São Gonçalinho, em Aveiro, estes bolos podem abrir a cabeça de alguém - vai-se prevenido de guarda-chuva ou redes de pesca.

 

[foto via Miguel A.]

Janeiro 04, 2010

A morte, malvada, só não nos tira a música

Miguel Marujo

Janeiro 03, 2010

A trincheira relativa

Miguel Marujo

Em 1960, o Governo de Salazar tinha poder. Em 2009, em inúmeros sentidos o Governo de Sócrates detém ainda mais poder. Não prende, mas tem muitas formas de silenciar. Não mata, mas se quiser persegue. O que tem para distribuir arbitrariamente pelos seus "amigos políticos" são recursos que o paroquial Salazar desconhecia.

 

Pedro Lomba salta com agilidade 50 anos para apostar numa ideia: a de que Sócrates, subrepticiamente, é mais perigoso que Salazar. O homem de Santa Comba Dão seria paroquial junto da teia urdida pelo homem que será culpado de assinar casas de mau gosto, ter pedido a um professor que lhe desse uma nota a um domingo e ter um primo que ninguém escolheu para familiar. Relendo o parágrafo fui transportado para o livro Salazar e os Milionários, editado recentemente, da autoria de Pedro Jorge Castro, que minuciosamente detalha a vida e as relações do ditador com os "milionários" deste país.

 

A principal conclusão desse livro: a promiscuidade de negócios, o jeitinho e o abuso de poder eram norma, regra de um Estado que saciava patrões para estes manterem a ordem nas empresas - e a paz social no país. Mais: lida a documentação que acompanha o livro e o relato das relações com Ricardo Espírito Santo que, mais do que qualquer ministro, era verdadeiramente o segundo homem do Governo do país, na sombra, sem escrutínio. Perguntar como pergunta Pedro Lomba, a rematar, Como é que nos libertámos dum Estado obscuro e governamentalizado e fomos gerando outro, em certos aspectos, mais obscuro e governamentalizado? - é má-fé: uma ditadura é sempre mais obscura e governamentalizada e, no caso, o Estado confundia-se com os patrões para, em conluio, domesticarem um povo. Hoje, em 2010, Pedro Lomba pode escrever o que nunca poderia dizer em 1960, sem ser preso e, talvez, torturado. Hoje, em 2010, o relativismo faz escola.

 

Interessante é perceber que os mesmos que o fazem são aqueles que atacaram a esquerda por supostamente ser relativista no tratamento dado às alegadas armas de destruição maciça e Saddam. Percebe-se: a trincheira mudou.

Janeiro 02, 2010

[Poesia distribuída ao domicílio]

Miguel Marujo

«Santa Clara de Assis

Eis aquela que parou em frente
Das altas noites puras e suspensas.

Eis aquela que soube na paisagem
Adivinhar a unidade prometida:
Coração atento ao rosto das imagens,
Face erguida,
Vontade transparente
Inteira onde os outros se dividem.»

(Sophia de Mello Breyner Andresen, de No Tempo Dividido, 1954)

 

uma prenda do Rui, à Clara

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