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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Janeiro 31, 2010

Mapa

Miguel Marujo

Ao ouvir discursos sobre a República e republicanos parece que estamos a consultar um mapa das Avenidas Novas, em Lisboa. Damos nomes às ruas, já que as placas toponímicas são tão pobrezinhas.

Janeiro 29, 2010

iPad

Miguel Marujo

Fico sempre fascinado com o Benfica-Porto dos gadgets entre appleianos e microsoftianos. Como se todos tivessem acções de cada uma das empresas. Por mim, digladiem-se para os preços baixarem e os produtos melhorarem. Mas verdade seja dita: é muito bonito.

Janeiro 28, 2010

Ratados

Miguel Marujo

Antes diziam-nos que escusávamos de tossir que Bruxelas é que mandava nas nossas continhas. Agora (como somos modernos) dizem-nos que há para aí umas agências de rating a dizerem como nos devemos comportar. O melhor de tudo é ver os nacionais de direita que denunciavam o peso de Bruxelas, lembrarem-nos todos os dias como devemos dizer ámen a estes senhores que (coisa sem importância) nunca elegemos. Pelo menos os de Bruxelas têm cara.

Janeiro 26, 2010

Vermes novos

Miguel Marujo

 

Investigadores da Universidade de Aveiro descobriram uma nova espécie animal no canal de Mira, da ria de Aveiro. Trata-se de um verme marinho, com o nome Diopatra micrura. Os mesmos investigadores tinham encontrado uma outra espécie, Diopatra marocensis. Desta notícia não se façam juízos políticos.

Janeiro 26, 2010

It's the economy, stupid

Miguel Marujo

Está um senhor na SIC-N a garantir que Portugal foi nos últimos dez anos uma das cinco piores economias do mundo. Assim, de repente, gostava de discutir a economia com este economista do Afeganistão, Chade, Sudão, RD Congo, Burkina Faso, Bósnia, Albânia, Roménia, Haiti, Guatemala, El Salvador. Pronto: para não dizer que falo só de países miseráveis (mas que têm economia, certo?!) posso acrescentar a Irlanda e a Grécia.

Janeiro 26, 2010

Pré-inscrição

Miguel Marujo

Coisas bizarras de uma manhã de Janeiro: "pré-inscrever" alguém que ainda não nasceu numa escola. E alertarem-nos que se o fizermos daqui a duas ou três semanas pode ser tarde. Tarde? Mas como se responde à pergunta de ter necessidades especiais? Como se preenche o campo da data de nascimento? Ou mesmo o do nome completo? Cada escola dá a sua resposta bem-intencionada porque é o sistema (calma, sportinguistas, não é esse).

 

O sistema diz-nos que isto é anormal, mas faz-se assim. O Estado devia tomar como prioridade absoluta isto - o de preencher as necessidades reais de cada cidade em matéria de escola pré-básica. Está provado que os privados têm o seu sistema, que não querem que mude. E está provado que se deve evitar que esse sistema seja exportado para o ensino básico e secundário.

Janeiro 25, 2010

Enforcado

Miguel Marujo

Ali, o Químico foi enforcado pelo Governo iraquiano. É sempre um sinal de fraqueza dos Estados, quaisquer que sejam, que se comportam como os carniceiros que os governaram: a matarem como as ditaduras. Qualquer democracia que mate é menos democracia - como são os Estados americanos que mantêm este método como suposta forma de justiça. Uma democracia sendo o pior de todos os sistemas com excepção de todos os outros devia ser exemplo. Ao levarmos uma suposta democracia para o Iraque devíamos ter insistido para que a morte estatal ficasse de fora. Não ficou. Perdemos todos.

Janeiro 24, 2010

Números

Miguel Marujo

Ontem nasceu a Maria, no meu dia de anos a Alice, uns dias antes o Guilherme. E nos próximos meses haverá mais algumas crianças em espera. À minha volta, amigos dão cabo das estatísticas do INE que dizem que nunca se tinha nascido tão pouco nos últimos 12 meses. Se fosse o CDS já andava a praguejar contra as sondagens. É sinal de que o orçamento devia ser feito à esquerda.

Janeiro 19, 2010

Velório

Miguel Marujo

 

«No seu curto discurso, Cavaco Silva sentiu necessidade de justificar a tardia condecoração a Santa Lopes, lembrando que estava a “cumprir o dever e a tradição de condecorar” pessoas que desempenharam funções de relevo na vida política portuguesa. [...] O antigo primeiro-ministro, que foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, foi igualmente parco em palavras e dedicou a “alta distinção” àqueles que consigo partilharam o poder e realçou que a sua equipa procurou “cumprir com lealdade as funções”.» (foto André Kosters/Lusa)

Janeiro 18, 2010

Famílias

Miguel Marujo

«Por que razão se há-de impor dogmaticamente que o casamento se estabelece entre duas pessoas?! Por que não entre três?», pergunta no Público um tal de Gonçalo Portocarrero de Almada, que responde por ser "licenciado em Direito e doutorado em Filosofia" e "vice-presidente da Conferederação Nacional das Associações de Família".

 

A minha dúvida instala-se quando olho para a foto: usa cabeção. O senhor será portanto padre. Mas esconde no seu currículo a sua "profissão". E diz-se membro de uma associação de famílias, um senhor que jurou castidade e que de família não saberá o que é, a não ser aquela em que ele já nasceu. Não casou, não se juntou a ninguém, não constituiu família, não teve filhos, fez uma opção - que não está em causa. Mas, por isso, pergunto: que lhe interessa a ele o casamento gay? Nada.

 

(Recuso-me comentar as aberrações em que o senhor teoriza sobre a possibilidade de casamento com animais. O vómito e o asco têm limites.)

Janeiro 17, 2010

38.

Miguel Marujo

O 38 não terá nada de especial.
Ainda não são 40, já passaram há muito os 30, e de número redondo não reza muito a história.
Talvez a wikipédia ajude a dar-lhe alguma dignidade, ao apresentá-lo como o número atómico do estrôncio (e não estou a insultar o Pacheco Pereira). Se quiser dar-lhe mais enlevo sempre digo que é número mitológico para os nórdicos, onde representa a bravura natural dos heróis lendários das sagas escandinavas, que se dividem em 38 capítulos, com os heróis a lutarem contra gigantes ou outros animais em grupos de 38.

O que a wikipédia não conta é que há 38 anos, festeja-se hoje, um rapaz (e uma rapariga) nascia(m) numa noite (como diriam hoje os jornalistas) fria de Inverno. Percebe-se que a wikipédia se esqueça do evento: afinal, este 38 terá muito mais significado pela menina que vai entrar no ano, mas até lá vamos nós festejar a preceito.

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