Há muito que se percebe: nesta casa, nunca se votaria Santana Lopes. Mas não votarei António Costa só por voto útil - também por convicção, por Helena Roseta e por achar que esta cidade não precisa de túneis nem mais carros, nem Gehry ou megalomanias feitas trampolim para outro lado qualquer (apesar das juras repetidas).
Mas há uma coisa que me irrita muito, enquanto jornalista e cidadão eleitor de Lisboa. O poder dos não eleitos. Já uma vez me vi obrigado a escrever sobre um senhor (e sobre isto) em crónica do jornal. Retomo hoje: Duarte Moral é o todo-poderoso assessor de imprensa de António Costa, desde os tempos do MAI. É ele o maior obstáculo a que Costa fale com Lisboa e os lisboetas. Certamente, com contas antigas a ajustar com o 24Horas, até por causa daquela minha crónica, este assessor conseguiu impedir até hoje que Costa respondesse em entrevista ao jornal. Rui Rio, Elisa Ferreira e Santana Lopes responderam, o candidato que prezo não. Por causa deste senhor, que nunca deu resposta cabal ao jornal. Quem perde - mais que o jornal - são os leitores-eleitores do candidato. E Duarte Moral esquece-se que há dois anos os lisboetas não votaram nele, pediram a Costa que arrumasse a câmara e falasse com os cidadãos da capital. Aquele senhor não deixa. A bem da democracia, devia ser erradicado.