Cibertúlia

dia. stop. calor. stop. água. stop. sol. stop. fim-de-semana. non stop.

«O jornal "Meia-hora" vai deixar de ser publicado em Setembro e a sua redacção e activos vão ser absorvidos pelo diário gratuito "Metro".» Pois: explica-se o despedimento colectivo no Metro. E a Autoridade da Concorrência não actua.

O Portugal que cai na falésia da praia de Maria Luísa é o Portugal de Entre-os-Rios, da Justiça que demora anos a julgar casos, do tipo que tenta corromper o vereador e acaba multado, do patrão que despede com a desculpa da crise, dos banqueiros que fartam vilanagem mas os do rendimento mínimo é que exploram o Estado. Sim, este Portugal é feito por todos. Mas as culpas diluem-se sempre por demasiados.

«Mia Couto inventa palavras e por isso passam-lhe atestado de génio e chamam-no de escritor. Já Jorge Jesus inventa muito mais palavras, une muito mais conceitos e realidades díspares, mas continua a ser visto como apenas um treinador. Só porque confunde "cerne" com "cherne". Não é justo.» [Diz o Senhor Palomar e diz bem.]

PÚBLICO – Como primeiro-ministro era visto como alguém com gosto por fazer, com perfil de executivo. O que é que o motiva a candidatar-se a um lugar não executivo?
Cavaco Silva – Conheço bem a diferença entre as funções de um primeiro-ministro e de um Presidente da República. Tal como conhecia bem as funções de um ministro das Finanças, que fui em 1980, e de um primeiro-ministro que então não era. Por outro lado, penso ter o perfil humano adequado para desempenhar funções que neste momento são bem diferentes daquelas que se exigiam a um PR há dez ou vinte anos. O que se espera de um PR varia de acordo com os problemas do país em cada momento. [entrevista a 20.11.2005]

Cavaco, o do Pulo do Lobo, zangado com o Congresso de Soares, esqueceu "bem a diferença": hoje dedica-se a fazer um "Congresso Portugal: que futuro" permanente para tentar dar a vitória à sua amiga Ferreira Leite.

O PSD noticiou aquilo que desmente e que Belém atribui a espiões. Mas esta notícia o Público não dá - vamos no terceiro dia em que o Público omite esta informação.

Cavaco já devia saber que não tem jeitinho nenhum para tabus, nem para falar com a boca cheia. Por isso, o melhor é dizer que a boutade do seu conselheiro não é crime de lesa-vigilância, é desaforo idiota da época. Mas continua caladinho de férias. (E ninguém lhe faz uma espera, apre!)

Os laranjinhas parecem ter calado de um dia para o outro as suas críticas à presença de António Costa na Quadratura do Círculo. Talvez porque Pacheco Pereira também é candidato?!

«É possível enganar alguns todo o tempo, e enganar todos algum tempo. Não se pode enganar todos todo o tempo.»

A frase foi colocada no twitter por José Manuel Fernandes, nos dias em que a direcção do Público andou a ameaçar os seus jornalistas para aceitarem a redução de salário. A frase é eloquente, não sendo dele, e muito verdadeira. Passada a melancolia do director do Público, ele veio da serra de Sintra disposto a continuar, pelo menos até 27 de Setembro, aquilo que tem sido a linha de acção do "seu" Público. Basta ver o que escrevem esta noite nos seus twitters: convencidos que criaram um facto político com uma mão cheia de nada. É esta a imagem do jornal que já foi o melhor deste país e que se podia ler ao nível do melhor da imprensa no mundo. Hoje, o problema está localizado, mas depois de sucessivas purgas, despedimentos e remodelações, só JMF não percebeu que ele é o problema. O mesmo JMF que diz que, ao fim de quatro anos, Sócrates deve partir porque é o problema e não a solução, não se olha ao espelho em relação ao jornal que dirige há muitos mais anos e que é uma pálida amostra do que foi.

[Declaração de interesses: o meu irmão é jornalista do Público, com reconhecimento internacional e nacional pelo seu trabalho. Não faz ideia que escrevo isto. Mas também registarei o que houver.]

Um senhor da Casa Civil de Belém diz que lá no palácio temem estar a ser escutados pelo Governo, com base em comentários políticos de socialistas. O Público faz manchete. Em tempos, o Público fez manchete com um desabafo de Cavaco de que não sabia se votaria naquele PSD. Com base numa única fonte. Na altura, José Manuel Fernandes não gostou e desancou nas jornalistas, em editorial (saíram muito pouco tempo depois). Hoje, faz de qualquer meia notícia-meia verdade manchete. Diga-se: pelo menos Portas assumia O Independente como o que era. JMF continua a fazer do Público a sua Luta Popular, sem assumir nada. Deve ser mesmo jornalismo de referência. Na casa dele. E depois tem de baixar os ordenados ou ameaçar com despedimentos.

[ler também: Daniel Oliveira, no Arrastão]

- Ele ainda está com o cio?

- Sim.

- Credo.

[os cães abanavam a cauda]

a rapaziada do 31 da Armada queria era galar umas miúdas.

(Olha, tu aqui a subires à varanda, vês?)

Há formigas no carreiro que pedem fumigação.

«Brigitte Bardot prefere os animais aos seres humanos. A antiga actriz Brigitte Bardot confessa ao Expresso que é infeliz e que detesta as cidades, os prédios e a vida urbana.»

Gostam de uma bandeira azul-cueca e branca (detestam a do Scolari) e querem que um único homem (este, imagine-se!) decida na cama quem manda nos outros dez milhões.

Devia ser a prioridade absoluta de qualquer Governo, eventualmente linha única de um programa que implica tudo: nem mais um desempregado neste país. (Não, este post não é a favor da direita.)

Jovem candidato a "deputado da Nação" já tem desígnio: plantar-se à porta de cada câmara municipal a ver se passa a autoridade ou se dá tempo para substituir a bandeira. Ou talvez desista desse desígnio, se os lisboetas perderem a memória e elegerem Santana.

É sempre assim: à primeira oportunidade, as monarquias vendem-se a acordos de ocasião com reinos de fora. Os do 31 da Armada foram à 5 à Sec, quando podiam ter usado O Ferro do Marquês. Muito monárquicos, mas da lavandaria para fora.