Abril 11, 2009
Breve pausa em sábado de aleluia a ler jornais
Miguel Marujo
O jornal esquizofrénico. Hoje o Público devolve uma lei "para a lista das mais idiotas do mundo", pela pena de José Manuel Fernandes, que ontem o Público aplaudia, pela escrita de Nuno Pacheco. Conclusão: Pacheco Pereira sai hoje vingado no seu índice de situacionismo.
O cronista bipolar. Vasco Pulido Valente insiste: "Não ocorreu a ninguém que a crise de certa maneira demonstra a capacidade de autocorrecção do 'neoliberalismo' e que falência de algumas teorias parciais, como de algumas práticas fraudulentas, não invalida por si a pertinência do essencial." Eu por mim, prefiro então: Não ocorreu a ninguém que a queda do muro de certa maneira demonstra a capacidade de autocorrecção do 'socialismo' e que falência de algumas teorias parciais, como de algumas práticas governativas, não invalida por si a pertinência do essencial.
O bloguista calado. Hoje em dia a difamação é do campo da censura e do lápis azul, dizem-nos supostos insuspeitos opinadores, que antes atacavam uma certa esquerda por encher a boca de fascismo por dá cá aquela palha, mas agora parecem tomados da mesma síndrome do pcp-que-não-mexe-nas-conquistas-de-Abril. Eu em tempos escrevi aqui um post sobre uns tipos que me deram cabo da vida durante nove meses e classifiquei-os de canalhas. Avisado amigo, rapaz das leis, disse-me que era melhor retirar a afirmação porque facilmente incorria na difamação - e não haveria definição de dicionário que me remete para que ou pessoa que é desprezível; patife, velhaco. Explicava-me ele: "Chamar alguém de 'canalha' num blog é um insulto (difamação/injúrias) e a inexistência de contexto dificulta a sua integração/compreensão no exercício da tua liberdade de expressão." Por mim, retirei a expressão, Hoje, quando leio o que leio sobre jornalistas, censuras e processos, pergunto-me que a difamação quando nasce não é para todos.