Fevereiro 16, 2009
Diria que é um velho do Restelo, não fossem os velhos pessoas sábias
Miguel Marujo
Há uma estirpe opinadora neste país que destila azia todos os dias. Profissionais do desdém, de dizer mal de tudo, acham que só assim se sentem acima da esterqueira que dizem rejeitar. Lê-se Pulido Valente, é o que se sabe. Há Medina Carreira, sempre a adjectivar mas nunca a argumentar. António Barreto só escapa quando olha os jacarandás. Ou Pacheco Pereira que se espanta com determinados situacionismos escondendo todos os que defende. Depois há os mais novos, que parecem muito vividos, mas vê-se melhor e descobre-se a mesma cabeça velha. Mas há uns que conseguem ir mais além: Alberto Gonçalves, sociólogo (e nunca a sociologia pareceu tão maltratada desde as análises escolares de Filomena Mónica), por exemplo, cuja cabecinha pensadora é de uma pobreza saloia. Já o tinha revelado sobre o voto em Obama (ai, dor de corno). Diz ele que "se calhar", precisa "de sair de casa". Sim, é a única frase acertada em anos do rapazola: ver o mundo, porque o seu umbigo está gasto. E sujo.