Cibertúlia

A velhinha ampara-se na muleta e anuncia a sorte grande. Olha a lotaria de Natal!, mas não há quem páre e se apoie na riqueza que ela promete. Os olhos, esses, continuam vivos.

I am Omer Goldman.
I am one of the Shministim.
I need your help.

Chegou a crise
Não há razão para temer
É que nesta crise
O Teixeira dos Santos vai-nos proteger

Mas neste Mundo injusto
O dinheiro está garantido
Para o pobre, o remediado
E o sem-abrigo

Mas pensa naqueles,
Os multimilionários
Ficaram sem bancos
E sem chorudos salários

E sem direito a indemnizações
Têm de pedir o aval
À sopa dos pobres dos ricos
O Banco de Portugal

O desespero tomou conta
De toda a Quinta da Marinha
Em vez de lavagante
Comem lambujinha

E vão ter de abandonar
O Conselho de Estado
O quadro do Miró
Foi penhorado

Porque esse Portugal
Já não é neo-liberal
Saberão que estamos no Natal!

O suprime limpou-lhes muitos milhões
A polícia trata-os como aldrabões
Saberão que estamos no Natal!

Salvem os ricos
Salvem os ricos
Salvem os ricos
Ajudem os milionários

Salvem os ricos
Ajudem os milionários

Contemporâneos (via Arrastão)

O PSD pondera candidatar a câmaras da Grande Lisboa os jornalistas Cecília Carmo e Hernâni Carvalho (que desmente no DN, mas se o nome é falado, o partido lá saberá) e o actor dos Malucos do Riso, João de Carvalho. A cereja no bolo, já se conhece: Pedro Santana Lopes em Lisboa. Manuela Ferreira Leite cumpre [ironia] em toda a linha a vontade de regenerar pela ética a política. E pela gargalhada.

O regresso a um restaurante à antiga, cheio de fumo, entre pratos e amigos, recorda-me como a lei não é isto e aquilo que os defensores tabagistas disseram à época. É quase tão-só uma medida higiénica - toda a roupa já está no cesto.

Diz a Lusa: «Os professores que estiverem em condições de pedir a reforma nos próximos três anos podem ser dispensados da avaliação de desempenho, anunciou a ministra Maria de Lurdes Rodrigues.» O Ministério da Educação fez saber que abriu concurso para agência de comunicação. Para quê? Percebe-se que alguém está a orquestrar com sapiência estas mudanças de opinião da ministra - e que a opinião pública começa a achar que os profs não querem a avaliação...

«"É uma escolha totalmente pacífica e é uma escolha muito entusiasmante. Manifestamente, o actual presidente da câmara (o socialista António Costa) não tem perfil para a função e o dr. Santana Lopes vai ter oportunidade de retomar um mandato que não terminou, de retomar a obra que tinha em mãos", acrescentou Castro Almeida.» [da Lusa]

[actualize-se, com esta imagem repescada pelo Câmara Corporativa]

Os protestos dos alegres da esquerda e dos populares da direita parecem resumir-se numa crítica única: um eventual acordo Sócrates-Portas para um governo pós-2009. A ser verdade, e Sócrates e Portas nunca o negaram categoricamente, será a união mais contranatura desde o queijo limiano. Por mim, prefiro águas transparentes.

Três miúdos japoneses, hoje, à chegada do Manchester United ao Japão.

ao A. e ao X.,

e a outros meninos e meninas

que fazem as alegrias de amigos

O Papa Bento XVI e a Congregação para a Doutrina da Fé escreveram um texto de quem não gosta de vocês. Não vos acarinha, nem vos ama. Fala de embriões sacrificados, esquece os sacrifícios de amor dos vossos pais. Estranha forma de amor, a de quem se parece preocupar sempre mais com o que ainda não é do que com aqueles que já são. Cansa, dói. Não me preocupa que venham aqui católicos baterem com a mão no peito (acaso sabem eles a dor da espera, da vida que ainda não foi gerada?) e eventualmente dizer-me que questiono o que não devo nem posso; não me preocupa que venham aqui ateus dizer-me que o mais fácil é a saída, quando o que me importa mais é dizer que (é cliché, e depois?) a porta do Vaticano II abriu-nos outros horizontes, longe da «Humanae Vitae» (sim, o meu Papa é/era Martini) e desta «Dignitas personae» – a dignidade da pessoa – e que, por isso, lutarei e falarei ainda mais. Não, o Vaticano vende-nos um embuste: não é de dignidade que trata este texto. O A. e o X., fruto de uma procriação medicamente assistida, são do que mais belo pode haver: nascidos de uma relação de amor e amados pelos seus pais (e família e amigos). Não perceber isto, é não ter dignidade. Ámen.

Antes o circo era pelo Natal, num terreno baldio na Aguieira, ou nos terrenos da Feira de Março. Ontem, voltei ao circo, uns 25 anos depois, no Coliseu, sem a incomodidade da tenda, mas também sem demasiadas excentricidades que recordo da infância - sim, houve leões marinhos e um elefante, mas faltaram os leões e tigres. E (25 anos é muito tempo, sim) gramámos com bongo, o rei da selva, sem separador entre a emissão e a publicidade.

"Palhaços! Palhaços! Palhaços! Palhaços!" - o punho erguido, a voz firme e ritmada. O miúdo marcava o passo à entrada do circo no Coliseu.

U2, I Believe In Father Christmas [e isto merece a visita]

Há datas que já quase não lembramos, um dia que foi mágico, um momento que se tornaria único. Dez anos depois tomamos em mãos essa memória.

Na idade em que estamos permanentemente em contacto, refugiamo-nos em sms, e-mails... ou posts. Dizemo-nos à distância, parabéns.

Há quem enumere 100 motivos para gostar ou não de Manoel de Oliveira. A mim, bastava-me Aniki Bobó, para gostar sempre.

... que se ri naquele espelho.

«Em conferência de imprensa, no Parlamento, Paulo Rangel declarou que "não há memória nas últimas décadas de ter havido uma fractura do grupo parlamentar do PS tão relevante" ou noutro grupo parlamentar como a quebra da disciplina de voto por parte de sete deputados, que colocou a maioria parlamentar em minoria.» A que se refere o líder parlamentar do PSD? À votação de sexta-feira que em que o PSD perdeu... por falta de comparência.

Ali Alatas. Morreu hoje