«[...] Contam-se os centímetros, as barras de ferro, as baratas que nos entram pela grade. O frio. O grito de noites mal dormidas que nos distinguem dos cem metros que nos separam daquela rua mesmo ali à nossa frente. A ausência de poetas. A anulação de pensamentos positivos. O sentir que podemos ser alguma coisa.
Por vezes, somam-se ilusões. Acumulam-se fundos nas esperanças retardadas que os tribunais teimam em prolongar e uma nudez que não tememos em mostrar. [
...]», in
Memórias do Cárcere.