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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Fevereiro 28, 2007

Overdoséries

Miguel Marujo

Gosto de séries, algumas notáveis, que agora podemos ver em vários canais, umas a horas mais decentes que outras, embora a maioria continue a animar as madrugadas. Mas por outro lado, há o excesso, a baralhação total no acompanhamento de episódios e épocas. O Hollywood transmite dois episódios dos Sopranos de enfiada: um da quarta época, outro da terceira. Na Fox, esta noite, terminava o episódio de Bones/Ossos, que estava a começar na Dois. Será que, na ânsia da concorrência, os canais não estudam o que os outros transmitem, para evitar excessos?! Pelos vistos, ninguém vê a televisão do lado.

Fevereiro 28, 2007

A matéria da Bretanha

Miguel Marujo


Une vierge "impudique" du XVIe siècle dotée de formes avantageuses, symboles de la maternité, vient d'être mise au jour dans une chapelle du Finistère, près de Châteaulin, où elle avait été ensevelie en 1904 par un curé pudibond.
Joyau de l'art religieux breton, la vierge de Kerluan tient entre ses doigts un téton fièrement dressé, prêt à nourrir le divin enfant. La statue, en granit, avait été cassée lors de la Révolution, puis reconstruite, avant d'être enterrée par l'abbé Alfred Le Roy, curé de Châteaulin, qui décida de la remplacer par une vierge en plâtre, plus pudique. [AFP]

Fevereiro 27, 2007

YouChurch

Miguel Marujo

Quando o cardeal chega ao YouTube.


[Mas] O cenário é pouco ajustado ao meio tecnológico utilizado, num formato austero que, mais do que remeter para o tempo litúrgico que se vive, denuncia uma linguagem pouco consentânea com as modernas abordagens televisivas, até de meios católicos. No enquadramento da imagem, por trás do arcebispo de Filadélfia, surgem um crucifixo e um arranjo floral muito discreto, que quase se confunde com a cortina azul escura. Um piano delicodoce a abrir e fechar compõe a "emissão". Mas antes esta austeridade, que a suposta modernidade da conversa de família de Marcelo.

Fevereiro 26, 2007

Devolver ao remetente (II)

Miguel Marujo

"Uma pessoa estúpida é uma pessoa que causa dano a outra pessoa ou grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo até vir a sofrer um prejuízo." Carlo M. Cipolla, "As Leis Fundamentais da Estupidez Humana", in Allegro Ma Non Troppo (trad. Alessandra Balsamo), Celta Editora, 1993 (1ª. edição).

Fevereiro 26, 2007

Devolver ao remetente

Miguel Marujo

"La probabilità che una certa persona sia stupida é indipendente da qualsiasi altra caratteristica della stessa persona, spesso ha l'aspetto innocuo/ingenuo e ciò fa abbassare la guardia." Carlo M. Cipolla

[ou então: A probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa (na tradução de Alessandra Balsamo para a Celta)]

Fevereiro 26, 2007

A Igreja e os bebés

Miguel Marujo

"Quand on est journaliste française d’un quotidien chrétien, il est une question qui, depuis quelques semaines, revient avec insistance de la part des interlocuteurs du Vatican, qu’ils soient monseigneur, prêtre, séminariste, ou laïc. «Comment se fait-il qu’un pays très sécularisé comme la France arrive au premier rang de l’Europe pour le nombre de naissances?». La question, en réalité, en cache une autre, qui préoccupe sérieusement ici les responsables de l’Eglise: Pourquoi l’Italie catholique arrive-t-elle au dernier rang pour le nombre d’enfants par femme? Comment se fait-il que l’Italie, nation la plus pratiquante de l’Europe occidentale, refuse de faire des enfants? [...]"
[Isabelle de Gaulmyn, correspondente em Roma do jornal católico francês La Croix, via Religionline, sublinhados nossos]

Fevereiro 24, 2007

Saber mais de gente assim

Miguel Marujo

«[...] Contam-se os centímetros, as barras de ferro, as baratas que nos entram pela grade. O frio. O grito de noites mal dormidas que nos distinguem dos cem metros que nos separam daquela rua mesmo ali à nossa frente. A ausência de poetas. A anulação de pensamentos positivos. O sentir que podemos ser alguma coisa.
Por vezes, somam-se ilusões. Acumulam-se fundos nas esperanças retardadas que os tribunais teimam em prolongar e uma nudez que não tememos em mostrar. [...]», in Memórias do Cárcere.

Fevereiro 23, 2007

Filho da terra

Miguel Marujo

José Afonso nasceu em Aveiro, quase acidentalmente - mas é de lá. Para ajudar ao adágio de que "nenhum profeta é bem recebido na sua terra", a cidade que o viu nascer sempre o tratou mal (uma rua com o seu nome só ao fim de muitos anos mereceu a anuência do CDS e PSD locais, e só depois de Sá Carneiro e Amaro da Costa serem assim homenageados). Hoje, 20 anos depois da morte, quem ignora o acontecimento, quem esquece o filho da terra? Aveiro.

Fevereiro 23, 2007

Zeca. 20 anos depois. Ouvir, ouvir, ouvir, ler, ler, ler...

Miguel Marujo

Ouça-se:
A mulher da erva

Leia-se:

Velha da terra morena
Pensa que é já lua cheia
Vela que a onda condena
Feita em pedaços na areia

Saia rota subindo a estrada
Inda a noite rompendo vem
A mulher pega na braçada
De erva fresca supremo bem

Canta a rola numa ramada
Pela estrada vai a mulher
Meu senhor nesta caminhada
Nem m'alembra do amanhecer

Há quem viva sem dar por nada
Há quem morra sem tal saber
Velha ardida velha queimada
Vende a fruta se queres comer

À noitinha a mulher alcança
Quem lhe compra do seu manjar
Para dar à cabrinha mansa
Erva fresca da cor do mar

Na calçada uma mancha negra
Cobriu tudo e ali ficou
Anda, velha da saia preta
Flor que ao vento no chão tombou

No Inverno terás fartura
Da erva fora supremo bem
Canta rola tua amargura
Manhã moça... nunca mais vem

[O meu amigo António escreve-me esta manhã: «Se eu tivesse um blogue, hoje postava a “Mulher da Erva” para a malta ouvir...» E manda-me o link. Pode lá haver melhor saudação! Obrigado.]

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