Novembro 26, 2005
A direita, sempre pela metade
Miguel Marujo
A direita gosta de gritar liberdade no 25 de Novembro, mas esquece-se de o fazer no 25 de Abril. Porque a direita continua a esquecer-se que o Novembro do seu contentamento só foi possível por haver Abril. Não houvesse Abril, não havia quem gritasse liberdade.
Mas a direita é vezeira nestas coisas da História: a culpa da descolonização não foi do obstinadamente sós do regime fascista de Salazar, foi de Mário Soares; as guerras civis de Angola e Moçambique foram uma vergonha e deixaram muitos portugueses sem nada, esquecendo os que tudo perderam - mesmo a vida - na guerra colonial; a culpa do atraso da economia é das nacionalizações do PREC, não de uma classe empresarial intolerante com justos salários para os seus trabalhadores e indulgente para os seus próprios bolsos. A direita grita muito pela liberdade de Novembro; a direita gosta do Inverno, já se sabe.
Mas a direita é vezeira nestas coisas da História: a culpa da descolonização não foi do obstinadamente sós do regime fascista de Salazar, foi de Mário Soares; as guerras civis de Angola e Moçambique foram uma vergonha e deixaram muitos portugueses sem nada, esquecendo os que tudo perderam - mesmo a vida - na guerra colonial; a culpa do atraso da economia é das nacionalizações do PREC, não de uma classe empresarial intolerante com justos salários para os seus trabalhadores e indulgente para os seus próprios bolsos. A direita grita muito pela liberdade de Novembro; a direita gosta do Inverno, já se sabe.