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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Setembro 08, 2005

De uma vez por todas

Miguel Marujo

O que está em causa em Pacheco Pereira é outra coisa, é a histeria anti-Sócrates, e anti-esquerda, que varreu o seu pensamento, com o primarismo habitual. — nova provocação ao senhor Pacheco, ao adaptar palavras primárias da sua crónica de hoje no Público, onde mais uma vez o articulista bate no pão que o alimenta todos os dias e confunde alhos com bugalhos ao insistir que um anti-Bush é um anti-americano! Não há pachorra!

Setembro 07, 2005

A prioridade de Pacheco Pereira*

Miguel Marujo

"Por cada euro que Portugal investe em ajuda humanitária, o Ministério da Defesa reserva dez euros para o seu orçamento militar, refere o Relatório 2005 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), hoje divulgado."

* - o título é provocador. Mas o autor do Abrupto prefere a guerra à paz. Digo-o de modo simplista — mas aqui, a opção é simples.

Setembro 04, 2005

Van Zelo

Miguel Marujo

"O ex-administrador da TVI, João van Zeller, que se demitiu na quinta-feira, criticou no sábado, num artigo de opinião publicado no Expresso, a venda de acções da Media Capital à espanhola Prisa. De acordo com João van Zeller, a "tranquila assinatura" da operação só foi possível "graças a cumplicidades políticas entre os partidos e os governos socialistas dos dois países". [...]" — in Diário de Notícias.

Onde esteve este senhor no caso Rui Gomes da Silva? Não me lembro. Não consta que ele se tenha preocupado com as interferências políticas, que as houve, na TVI. Agora, antes de qualquer mexida na Media Capital, acena-se um espantalho que não existe. Quer-nos dizer o PSD, o CDS e até Pacheco Pereira, que o El País é pressionável, que nunca ali se denunciaram escândalos do PSOE?

Setembro 04, 2005

O país das autárquicas II

Miguel Marujo

A SIC Notícias diz que anda a debater as autárquicas. Mas nós duvidamos. O único critério para fazer debates é ter um ou mais candidatos duvidosos. Veja-se a lista: Oeiras, Sintra, Amarante, Gondomar. Faltará Felgueiras, certamente à espera de um desembarque em Pedras Rubras. E faltam os debates sérios — de um outro país. Aquele que não se discute com frases do género seja um homenzinho... Mas isso talvez não dê audiências.

Setembro 04, 2005

O país das autárquicas

Miguel Marujo

Em viagem ao Norte, descobre-se o país das rotundas (cuja única virtude parece ser ajudar quem dá indicações — passa a terceira rotunda e é à esquerda), das obras que se apressam para as eleições e dos cartazes de candidatos, entre os anedóticos e folclóricos e os profissionais e marketeiros. Melhor ainda, é ver como os partidos, todos!, cedem no populismo: o virgem-puro-e-inocente CDS candidata o limiano Daniel Campelo, em Ponte de Lima. "Uma equipa com provas dadas", diz o cartaz. Sem dúvida.

Setembro 01, 2005

O exemplo irlandês

Miguel Marujo

Portugal encontra-se em segundo lugar na lista dos que menos dinheiro gastam, com apenas 33 por cento do total da despesa pública a ser disponibilizado para funções de protecção social, como o pagamento de subsídios de desemprego e pensões. Em primeiro lugar, destaca-se a Irlanda que encaminha apenas 29,1 por cento da despesa pública para a protecção social.

Setembro 01, 2005

Mofo

Miguel Marujo

A JSD diz que Soares cheira a mofo. Razão tem Pacheco: as juventudes partidárias parasitam a democracia.

Setembro 01, 2005

Carta aberta à Câmara Municipal de Lisboa e à Assembleia Municipal de Lisboa

Miguel Marujo

[da Zero em Comportamento e do IndieFestival]

Foi com profunda consternação e grande preocupação que a associação Cultural Zero em Comportamento, responsável pela organização do IndieLisboa - Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa, tomou hoje conhecimento da decisão da Câmara Municipal de Lisboa onde foi aprovada a transferência da gestão do Fórum Lisboa - sede da assembleia municipal - para a autarquia, pondo assim fim à tutela até aqui exercida pela EGEAC.

Lamentamos ainda mais esta decisão quando os motivos que a ela presidiram se prenderam com uma programação que "desagradava aos deputados municipais por ser demasiado festiva", segundo notícia publicada hoje no diário "Público".

A deliberação do executivo camarário afigura-se-nos de extrema gravidade. Em primeiro lugar, a limitação do acesso a um equipamento que pertence à cidade parece-nos muitíssimo redutora naquilo que diz respeito à desejável diversidade da oferta cultural da capital. Sob o argumento da programação do Fórum Lisboa ser "demasiado festiva" e deste espaço ser a casa da assembleia municipal, Lisboa poderá ficar impedida de um sem número de actividades que ali encontraram o seu público e um espaço privilegiado para serem desenvolvidas, nalguns casos com assinalável sucesso.

Por outro lado, a transferência das competências da gestão e programação do Fórum Lisboa da EGEAC para a Câmara Municipal de Lisboa põe em causa todos os compromissos assumidos por aquela entidade. A acreditar no artigo publicado na secção Local do jornal "Público", esta proposta subscrita pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Pedro Santana Lopes, teve a unanimidade dos vereadores, com a adenda que fosse criado um gabinete de programação de actividades para o Fórum Lisboa. Tudo isto nos leva a crer que, por exemplo, as conversações que a Zero em Comportamento manteve com a Dra. Maria Louro, administradora da EGEAC, desde o final da 2ª edição do IndieLisboa (que, como é sabido, decorreu no final do mês de Abril no Fórum Lisboa, e com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa), para que o antigo cinema Roma fosse novamente em 2006 o centro das actividades do certame, poderão neste momento ficar sem efeito, na medida em que o plano de actividades do Fórum poderá vir a ser revisto, senão mesmo re-equacionado.

Estas deliberações, tomadas à revelia dos compromissos assumidos pela EGEAC, revelam um enorme desrespeito e uma profunda incúria com as actividades desenvolvidas pelos agentes culturais da cidade, podendo mesmo pôr em causa o bom prosseguimento dos planos por estes delineados.

O que é facto é que este é apenas mais um episódio da inconsequência da acção camarária. Se agora quer abrandar o ritmo da programação cultural do Fórum Lisboa (voltamos a sublinhar, "por ser demasiado festiva"), já antes demonstrou incapacidade para lidar com o S. Jorge (onde a Zero em Comportamento realizou a 1ª edição do IndieLisboa em Setembro de 2004), outra sala da capital que prometia alternativa cultural. Quase um ano após fecho para obras de remodelação, não existem nem previsões do modelo de gestão a adoptar nem mesmo de data para reabertura.

Fica a questão: estará esta presidência da Câmara a tentar deixar Lisboa sem espaços culturais que se dediquem a algo mais do que festas populares? E o que pretende a Assembleia Municipal ao exigir a tutela de um auditório de 800 lugares, onde se reúne uma vez por semana, e que tem sido desde o encerramento do São Jorge o único local para a realização de festivais e mostras de cinema na Cidade? Que Cidade moderna pretendem?

Gostaríamos ainda de acrescentar a tudo isto, e porque a gravidade da situação assim o exige, que a Câmara Municipal de Lisboa se encontra em situação de dívida para com a Zero em Comportamento. Tendo aceite apoiar financeiramente o IndieLisboa, concedeu à associação um subsídio que pressupunha o pagamento da verba acordada (35.000 euros) antes do início do evento, conforme protocolo assinado 28 de Fevereiro de 2005. Passaram já quatro (4) meses desde o final do festival e seis (6) desde a data combinada e essa verba ainda não foi liquidada.
Sendo a Zero em Comportamento uma associação cultural sem fins lucrativos, não dispõe, por isso mesmo, de meios próprios de resposta aos compromissos e responsabilidades assumidos, compromissos esses que não teriam sido assumidos se não houvesse garantia de apoio financeiro por parte da Câmara Municipal de Lisboa.

Dado o carácter de urgência deste problema, os contactos com a Câmara sucederam-se, mas sem quaisquer frutos: não só não se efectivou nenhum resultado, como não nos foram dadas quaisquer previsões de pagamento, apesar de variadíssimas vezes termos alertado para o carácter da urgência da situação.

A tudo isto, soma-se ainda o facto de desde há dois meses, termos vindo a tentar marcar uma reunião com a Srª. Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Drª. Maria Manuel Pinto Barbosa, reunião essa que serviria não só para apresentar a 3ª edição do IndieLisboa, mas também para fazer o balanço da edição transacta, de onde, obviamente, se salientaria o facto da verba de apoio concedido pela Câmara ainda não ter sido liquidada. Para nossa grande perplexidade, a reunião não só não teve lugar, como ainda nem sequer conseguimos que fosse marcada.

Por todas estas razões, não podemos deixar de lamentar a situação absolutamente inadmissível que a Câmara Municipal de Lisboa criou, e muito gostaríamos que todos os sectores, políticos e civis, se pronunciassem acerca de uma decisão tomada apenas a pouco mais de um mês das próximas eleições autárquicas, mas que deixará marcas negativas da vida cultural da cidade a muito mais longo prazo.


A Direcção da Zero em Comportamento e do IndieLisboa - Festival Internacional de Cinema Independente

Miguel Valverde
Nuno Sena
Rui Pereira

Setembro 01, 2005

Dar a cara, esconder a política

Miguel Marujo

align=justify>Carmona diz-nos agora que quer dar a cara por Lisboa... agora. Parece nunca ter sido responsável por um desvario contínuo de 4 anos, nesta autarquia, escondendo na pré-campanha que esteve com Santana... E escondendo com esta mensagem que, afinal, antes, nunca deu a cara pela Lisboa que terá governado.

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