1. Um português foi preso nos Emirados Árabes Unidos, por fumar um charro.
2. Ao fim de quase um mês, o tema tornou-se omnipresente na comunicação social e na blogosfera.
3. Não conheço Ivo Ferreira, nem nunca vi nenhum filme dele (parece que fez um, mas já é «cineasta»).
4. Não sei se Ivo Ferreira conhecia as leis do país.
5. O Dubai, um dos emirados do país, não é um destino turístico comum: vai quem pode, ou vai em trabalho quem muito precisa.
6. Há xxxx portugueses presos em todo o mundo. Eventualmente, por crimes que cá não são punidos com prisão. Quantos tiveram a atenção mediática que já teve Ivo Ferreira?
7. Os amigos são para as ocasiões. Louve-se a iniciativa dos familiares e amigos que pressionam as entidades públicas para atender ao caso de Ivo Ferreira.
8. Mas critique-se o tom de Estado com que se acusa o MNE de nada fazer. O Rui, no
Barnabé, compara mesmo a alegada ineficácia do MNE, neste caso, com a infeliz atitude do embaixador português na Tailândia, que não percebeu ou não quis perceber a dimensão da tragédia do
tsunami, dizendo que o MNE não está preparado para a globalização do turismo, por causa de um charro fumado no Dubai?! Eu quero o MNE preparado para atender a tragédias colectivas e individuais, sim. Mas com a devida proporção na actuação.
9. Desejo a libertação de Ivo Ferreira. Mas o MNE deve providenciar apenas uma defesa legítima e transparente.
10. Depois disto: que o Ivo Ferreira deixe de vez os charros. Lá e cá. Não lhe fazem bem, como se vê.