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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Abril 23, 2005

Música (pequenos segredos)

Miguel Marujo

Entrar a correr, faltam cinco minutos, uma multidão, rostos de todas as idades, entrar na sala já quase cheia, sentar - e olhar para trás: os Jerónimos banhados com um sol de entardecer de um dia em que choveu. Depois: Beethoven e um amigo; a meu lado, três amigos. Coisas pequenas, grandes prazeres. A festa da música saboreou-se assim.

Abril 23, 2005

Livros (pequenos segredos)

Miguel Marujo

O Rui fez chegar-me este questionário - eu recuei, por não querer revelar-me assim tanto. Hoje Dia Mundial do Livro cedo - e respondo.

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
"Baladas Hebraicas" de Else Lasker-Schüler (ed. Assírio e Alvim).

Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um personagem de ficção?
Sim, há muitos anos, num Verão inesquecível: por Teresa - de "A Insustentável Leveza do Ser" (por causa de Juliette Binoche, que descobri em simultâneo?).

Qual foi o último livro que compraste?
Comprei para oferecer "Longe de Manaus" de Francisco José Viegas (ed. Asa). Para mim (nós), o último que comprei foi "A História do Capuchinho Vermelho contada a crianças e nem por isso" por Manuel António Pina segundo desenhos de Paula Rego (ed. Museu de Serralves/Público).

Qual o último livro que leste?
O último que terminei foi "A Boda Mexicana" de Sandra Sabanero (ed. Difel/Círculo de Leitores).

Que livros estás a ler?
Muitos, que se acumulam na mesa de cabeceira, em pilhas desordenadas, que a empregada de limpeza insiste em tentar arrumar até à leitura seguinte. De estilos diferentes, lidos quando apetece, conforme a disposição, o sono, a vontade, a paixão: "Breve História de Quase Tudo" de Bill Bryson (ed. Quetzal); "Pedro Páramo" de Juan Rulfo (ed. Cavalo de Ferro), "Pouco amor não é amor" de Nelson Rodrigues (ed. Companhia das Letras), "Imprimatur" de Monaldo e Sorti (ed. Presença) e "Solte os Cachorros" de Adélia Prado (ed. Cotovia).

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Não há lista possível - nem ilha deserta. Uns que me fascinam hoje, podem não me dizer nada daqui a uns anos (ou menos). Numa viagem de férias (o mais próximo que tenho da ilha deserta) arriscava levar um livro de contos, um romance, um ensaio ou um livro de viagens, um livro de BD e outro de crónicas, o que daria para escolher Nelson Rodrigues e "A vida como ela é", Gabriel García Márquez e "Cem Anos de Solidão", Gilberto Freyre na "Casa Grande e Senzala" ou "A Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto, Frank Miller com os dois volumes de "Sin City" e as croniquetas de António Lobo Antunes. Seriam mais de cinco. E daqui a uns tempos já não seriam estes. E...

A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
asl
jmf
Manuel

Para descobrir os mundos por onde me levariam estes amigos. Mesmo que a sua resposta seja o silêncio.

Abril 23, 2005

«O Papa é nosso»

Miguel Marujo

... parecia ulular, esta manhã, o senhor Portas que também não percebeu que levou uma valente arrochada no dia 20 de Fevereiro e que agora quer transformar o 19 de Abril na derrota do «dr. Mário Soares», da «maior esquerda radical» da Europa e «dos mesmos bispos que os jornalistas vão sempre ouvir». E toca de invocar o Espírito Santo, que os amigos serão para as ocasiões.


O Papa, mesmo o Bento XVI que desanima esta chafarica desde a sua eleição, não é do CDS-PP. A Igreja não é do CDS. Os católicos não são do CDS. Mais: os católicos também votaram nos radicais de esquerda, contra os atentados à vida que são (foram) as políticas de direita. A direita definitivamente continua como a avestruz - sem saber porque perdeu, enterra a cabecinha na areia.