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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Março 25, 2005

Para este sábado

Miguel Marujo

A Vida, esta vida. Stressemana: «Jesus estava condenado, havia muito, pelos defensores dos cânones religiosos e das conveniências sociais que se sentiram definitivamente postos em causa pela sua subversão.» | À mesa: «Podíamos ter um deus sisudo e distante. Mas não: ele revela-se na festa de amigos à volta duma mesa.» | Escolha pública: «Não estava escrito nas estrelas nem foi uma fatalidade pré-determinada. Jesus não foi uma marioneta comandada pelo destino.» (in Palombella Rossa)

A História. A História e a Páscoa. | Jesus, o judeu. (in Rua da Judiaria)

Março 23, 2005

Últimas Ceias que nos provocam

Miguel Marujo



A arte tem destas coisas. Uma representação em palco, uma imagem fotográfica, um sktech humorístico, o movimento de um filme, a luminosidade de um quadro ou (suprema blasfémia?) o mediatismo de uma campanha publicitária podem provocar-nos – a arte deve sempre provocar, creio. Os gostos discutem-se, não se impõem. E, no caso da representação da Última Ceia, que se mostra neste "link", há ali motivos para uma reflexão, como aliás instigou o nosso amigo Lutz. Como houve com Caravaggio, quando pintou – com escândalo – uma Nossa Senhora com o corpo e rosto de uma prostituta. Abençoada mulher!

A Igreja oficial não reagiu bem. Como agora em Itália e França, em relação à campanha de Marithé e François Girbaud. Como já não tinha reagido bem a "Je vous salue, Marie" ou à "Última Tentação de Cristo" e, pior ainda, à representação humorística de "A Última Ceia" e da "Rainha Santa Isabel", por Herman José. Ou agora com o "Código Da Vinci" a merecer reparos públicos do Vaticano, como se de um ensaio se tratasse. Valerá a pena? Acho que não – valeria a pena, suscitando a discussão sobre a Arte, promovendo a reflexão da Beleza, não “batendo-por-bater”. Porque, por oposição, a Igreja nunca critica a fealdade das novas igrejas, não censura coros que assassinam a liturgia e fazem corar Gregório, não critica uma oratória sem rasgo nem chama.

Bettina Rheims crucificou uma mulher [imagem em cima]. Agora a campanha da M+FG feminiliza a ceia – apóstolas e a filha de Deus. No fundo, Deus e o seu filho são humanizados – homem e mulher. E assim o encontro da história faz-se no reconhecimento de uma cena familiar.

Na Páscoa, são mulheres que já não encontram o corpo do Ressuscitado – as primeiras testemunhas da libertação. A Arte traz a mulher para o centro, para nos recordar que a Criação não se fez apenas à imagem e semelhança do homem. De uma vez por todas, resgate-se Eva do purgatório. E aceite-se os caravaggios de hoje, mesmo se não gostamos. Talvez ali se descubram novos caminhos de entender Deus – e de viver a Sua Páscoa.


[publicado hoje na Terra da Alegria]

Março 23, 2005

[inquietações + provocações]

Miguel Marujo

A mulher no poder provoca-nos? Parece que sim. O mundo continua masculinocêntrico? Talvez assim seja. No fundo, estas respostas escondem as reacções negativas que nos provocam ao olhar uma ceia de mulheres - presidida por uma filha de Deus. As inquietações que espelhamos podem ter respostas. Nós, apenas nos atreveremos a ensaiar novas provocações.

Março 22, 2005

Semana da vida

Miguel Marujo

Há quem prefira sublinhar a morte por estes dias. Mas a lista de amigos e familiares aniversariantes prova o contrário. Coincidência de calendário, mas a oportunidade de celebrar a vida - a Judite, a Mariana e o Lucas, o Miguel, o Zé Carlos, a Teresa e a Teresa, a Avó... Dias assim, semanas assim, celebram-se! Não se metem em relicários de flagelação e dor.

Março 18, 2005

Importam-se de repetir?

Miguel Marujo

A Câmara Municipal de Lisboa atribuiu ao arruamento transversal ao Impasse 6 à Rua Fernando Namora um nome muito fácil de pronunciar ou mesmo soletrar em qualquer repartição onde se tenha de dar a morada: Rua Prof. Georges Zbyszewski.

Repitam lá comigo: Z-b-y-s-z-e-w-s-k-i!

[publicado no Boletim Municipal (nº 577, p.601). Obrigado à Sara, pela informação!]

Março 18, 2005

Choque tecnológico

Miguel Marujo

Alguns bloguistas e o inefável Nuno Melo, do PP, não resistiram a criticar o atraso na divulgação do programa do Governo, como um primeiro falhanço do choque tecnológico. Mas o que nos tem preocupado verdadeiramente é a instabilidade do blogger.com, que não nos deixa postar aquela ideia fulgurante ou a piada fácil do momento (como ao atraso da entrega do programa), no instante decisivo - como pede um blogue.

Março 17, 2005

Um santana

Miguel Marujo

Gosto dos trabalhos de casa. Os trabalhos de casa fazem-me feliz.
Não quero ir lá para fora. Quero resolver problemas de matemática.
[BIEERRRR]
O meu cérebro rejeita sempre transplantes de atitude.

Calvin, hoje no Público

Março 16, 2005

Referendos de facto

Miguel Marujo

O Bloco desconfia da simultaneidade de um referendo e eleições, pela "complexidade" dos temas. Deve ter sido por isso que o Bloco também não soube trazer para a campanha das legislativas o tema da Europa. Depois, insiste-se que assim é uma maneira de chamar mais gente a votar. Concordo. Ou prefere o Bloco que os referendos não sejam vinculativos, para assim poder reivindicar uma pretensa vitória, apesar de as suas opções serem derrotadas nas urnas? Aliás, como o PP espanhol fez, no referendo à Constituição Europeia. Os extremos tocam-se, de facto.