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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Fevereiro 04, 2005

Santana ganhou...

Miguel Marujo

ou mesmo antes do debate eu já sabia, que assim ia ser, pensou Luís Delgado.



«[...] diz-me alguém, com muita graça, que há um sinal claro de que o debate me correu bem: o comentador de estimação do actual líder do PSD diz que ele ganhou, mas por pouco, sem ser por KO, o que terá sido a sua declaração mais moderada nos últimos tempos.» Sócrates sobre o debate. No seu blogue.

Fevereiro 04, 2005

Saraivada sobre o debate

Miguel Marujo

Santana não terá perdido o debate, dizem uns observadores, analistas, bloguistas e jornalistas, porque até não se saiu mal no debate. Mas desde quando é que um debate faz um primeiro-ministro? Não faz. Aliás, em seis meses, já vimos como é que ele é como primeiro-ministro - e isto basta!



[actualizado: mais uma leitura: «[...] Não há como suavizar a coisa: Santana é reles, baixo, canalha, vil. Completamente indigno de ser governante da Aldeia dos Macacos do Jardim Zoológico. Já toda a gente percebeu o que ele quer e agora chegámos ao ponto em que as suas baixezas não o beneficiarão. Sócrates merece uma taça só por não se ter passado da cabeça ali mesmo. [...]

Em contraste, José Sócrates não precisava de um KO. Como está à larga nas sondagens, apenas precisava de não perder para manter a distância. Conseguiu. Agora só lhe falta o debate a cinco e ufff! acabaram-se as conversas sem ser para convertidos. De facto, muito triste para um candidato a primeiro-ministro.

Evidentemente que Sócrates está a milhas de Santana em termos de seriedade e preparação. E é evidente que preserva ainda uma parte das políticas sociais de Guterres. Num país como Portugal, é essencial ter como primeiro-ministro alguém que não ache que a pobreza é uma coisa natural. No entanto, ainda não consegui deixar de achar Sócrates um tanto verde como político. Neste debate, Sócrates pareceu alguém que pode vir a ser um Primeiro-ministro aceitável, o que já não é nada mau – que as pessoas o vejam como Primeiro-ministro é meio caminho andado.
[...]» [Rui Tavares, Barnabé]

Fevereiro 04, 2005

Saraivada sobre os políticos

Miguel Marujo

Quase que percebo o dilema do Sirhaiva (aliás, re-bem-vindo!, já há muito que ninguém escrevia neste canto, para além de mim, pá!).

Ontem à noite, discutia-o com quem vive a mesma dúvida: votar neles, três anos depois, porquê? Porque estes que lá estão fizeram pior; porque estes que lá estão também seguiram uma política de radicalização, em matérias essenciais, por dependerem de um partido extremista; porque estes que lá estão enlamearam antes o dia-a-dia dos portugueses e voltam agora a fazê-lo. E porque apesar de tudo, caro amigo, o programa do PS não é a imagem dos mesmos de há três anos. Os políticos, assim dito, têm costas largas. E cabe-nos mudar este discurso derrotista.



Duas opiniões desgarradas sobre o debate:

Primeira: «[...] dentro do figurino definido, o debate permitiu perceber algumas coisas. Os contrastes entre os programas dos dois partidos não são assim tão pronunciados. O problema do PSD, aliás, nem sequer está aí. Das sínteses que já pude ler do programa elaborado por António Mexia, até haveria medidas que poderia subscrever. O problema está em Santana Lopes. Na sua completa incapacidade em se concentrar, na sua propensão para a demagogia e o facilitismo, na sua confrangedora falta de cultura, em suma, na sua completa impreparação para o exercício das funções de primeiro-ministro. Os seus 4 meses de governação já nos deram um vislumbre mais do que suficiente, mas o homem ainda se consegue esmerar nesta campanha com as suas promessas de redução do imposto automóvel e de realização de referendos sobre a fertilização in vitro, a clonagem humana ou a eutanásia. É obra!

Como apoiante de Sócrates, sou naturalmente suspeito para avaliar o seu desempenho. Julgo que esteve bem ao insistir na necessidade de se julgarem estes três anos de governação de direita, bem como nos erros que apontou em matéria de opções económicas e política financeira. Foi hábil a lidar com o tema da co-incineração e razoavelmente sóbrio em matéria de perspectivas de recuperação económica. Na segunda parte poderia talvez ter mudado o ar rígido e severo que adoptou na primeira – mas eu diria que para "político de plástico", Sócrates não esteve nada mal, não senhor.
[Pedro Oliveira, in Barnabé]



Segunda: «PSL sobre as matérias "morais" revela como elas foram coladas à última hora para justificar a questão do "casamento dos homossexuais". Ignora o muito que já está decidido e o trabalho já realizado na Assembleia.» [Pacheco Pereira, Abrupto]

Fevereiro 04, 2005

Socorro, vou votar...

Miguel Marujo

Não há por aí alguém que me salve deste dilema em decidir qual o melhor governo para Portugal a partir de 20 de Fevereiro? É que me sinto mesmo em apuros...



Assisti ao debate de ontem esperançado em perceber qual dos dois líderes politicos, um dos quais certamente será o futuro primeiro-ministro, mereceria o meu voto. Não tenho grande pachorra para ler exaustivamente programas politicos, digo-o sem grande vergonha. E ontem fiquei sem perceber como pretendem resolver os grandes problemas de Portugal nomeadamente o Elefante Branco que é a Função Pública portuguesa, o sistema obsoleto de Segurança Social, o Aparelho Fiscal incapaz de controlar as fugas aos impostos, o sistema de Educação Superior cada vez mais elitista...


Acabou por me sair um debate tipo menu da MacDonald's, ou seja, formato americano que me pareceu um bocado forçado para a cultura portuguesa, mas prontos, é uma questão de hábito, e sabor standardizado, sem surpresas. Na verdade não se aprendeu nada de novo, responderam às questões de forma completamente normalizada. Assim senti que até eu fazia aquilo, até eu era líder de um grande partido. E agora? Só tenho certeza de uma coisa. Eu vou votar, isso é certo.


Sou tendencialmente um homem de esquerda mas não fundamentalista, já tenho votado noutras tendências segundo o que acho que é melhor na altura. Desta vez sou capaz de votar PS, prontos tá dito, mas garanto-vos que tenho a perfeita noção que estou a votar nos mesmíssimos fulanos, tirando os testas-de-ferro que dão a cara, em quem NÃO votei há dois anos atrás (apenas dois anos?) por reconhecê-los como incompetentes para governar.


Isto está muito mau. O crédito dos nossos políticos anda pela rua da amargura e em vez de contrariar a tendência eles ainda lançam mais achas para a fogueira das palhaçadas. Por uma credibilização dos Políticos e por uma política de qualidade em Portugal é que devia haver um verdadeiro pacto de regime entre todos os partidos políticos.


Desculpai-me o desabafo, mas é que... deixem lá, esqueçam.

Dia 20 salve-se quem puder.

Fevereiro 04, 2005

Medicina sem contra-indicações

Miguel Marujo

Princípio de pubalgia: «A pubalgia atlética é descrita primariamente em atletas de alto nível e quase que exclusivamente no sexo masculino. O mecanismo de lesão envolve hiperextensão repetitiva do tronco em associação com hiperabdução da coxa, com tração do periósteo na inserção do reto abdominal ou na origem do adutor longo na pelve. Alterações rápidas de direcção e o remate são duas actividades que podem desencadear a pubalgia. No exame clínico, encontra-se sensibilidade aumentada no tubérculo púbico anterior. A dor pode ser reproduzida pela flexão do quadril, rotação interna e contração da musculatura abdominal. A chave do diagnóstico é relacionar a história e o exame físico, pois em alguns pacientes o exame físico é conclusivo, já em outros a história é mais útil. Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com outras patologias, como síndrome do músculo piriforme, tendinose do ilipsoas, osteíte púbica, cancro retal, entre outras. Os exames complementares podem estar normais. O tratamento inicial é sempre conservador. Repouso completo e administração de anti-inflamatórios para aliviar a dor, porém o efeito é usualmente temporário e os sintomas retornam com as atividades. A fisioterapia é extremamente útil e efetiva em muitos pacientes e ajuda a resolver os desequilíbrios musculares do quadril e dos estabilizadores da pelve, com fortalecimento muscular e alongamentos adequados, seguidos de exercícios aeróbicos. A fase final inclui implementação de actividades relacionadas com o gesto desportivo específico e gradual regresso ao desporto competitivo. O tratamento cirúrgico é uma opção na eventual falha do tratamento conservador.</i>»


[texto original retirado daqui; para que se veja que eles são quem melhor percebe de medicina da bola]

Fevereiro 03, 2005

Sócrates com ligeira vantagem sobre... Louçã

Miguel Marujo

Não vi o debate - apenas fragmentos, breves e sem continuidade. Viajei pela blogosfera, ouvi amigos e familiares, tentei escutar o que se analisava na TV e percebi que foi uma coisa assim-assim, muito formatada e sem decidir indecisos. Mas dos minutos mais ouvidos que vistos tive a sensação de ser um debate entre Sócrates e Louçã, tal a insistência nos casamentos homossexuais...

Fevereiro 03, 2005

Esquecidos - ou pouco sacudidos...

Miguel Marujo

O Bloguítica retomou a marcha. Ainda bem: ali se discute política como em poucos lados, concorde-se ou não com a moderação de Paulo Gorjão. Que veio levantar um tema (uso a palavra com cuidado; quando se fala em temas, esquecem-se as pessoas...) "esquecido" por todos - o Sara Ocidental - incluindo por muitos que abraçaram a causa de Timor. A guerra contra o esquecimento faz-me lembrar Timor-Leste, uma questão que entretinha pequenos grupos cristãos e universitários nos anos 80 e que só arrebitou com o massacre de Santa Cruz. Mas o Sara Ocidental é (hoje) uma preocupação de poucos (e já foi aqui lembrado em Agosto passado).

Do Conselho Nacional de Juventude, por exemplo (que manterá um trabalho estreito com o CJ de Espanha de pressão sobre o Sara).

Mas como em muitas bandeiras de jovens, os mais velhos ligam pouco. Estes precisam sempre de algo para sacudir as consciências.

Fevereiro 02, 2005

A saída de uma voz que incomoda

Miguel Marujo

O Papa - mesmo hospitalizado - anunciou a demissão de Pedro Casaldáliga Pia, de 76 anos, bispo de São Félix, no Brasil, e nomeou para o substituir o monsenhor Leonardo Ulrich Steiner, de 54 anos.

Apesar do Vaticano invocar o limite de idade (aos 75 anos), para aceitar a resignação de Casaldáliga, o bispo brasileiro - conhecido por contestar a doutrina do Vaticano, em diversas matérias -tinha manifestado vontade de continuar como titular da diocese.

Pedro Casaldáliga é uma das referências da Teologia da Libertação e um dos últimos bispos ainda em exercício desta corrente latinoamericana que defende uma Igreja vocacionada para as questões sociais e para os mais pobres.

Fevereiro 02, 2005

P(ost) S(criptum)

Miguel Marujo

"Num momento em que certas forças políticas que se definem como sendo de direita se reclamam dos "valores morais" (e vão acentuar essa tónica até às eleições) como se detivessem a sua propriedade exclusiva, gostaria de sublinhar que os valores morais não são património de ninguém. E se os valores morais deveriam estar mais associados a certas correntes ideológicas que a outras é certamente à esquerda que eles deveriam estar mais associados. Com efeito, do mandamento do amor e do dogma cristão de que todos os homens são irmãos decorre necessariamente que o combate às desigualdades sociais é um dos valores morais supremos. Ora se existe alguém amoral e sem valores a este respeito é precisamente a direita pois a sua principal característica ideológica é a indiferença (pelo menos) relativamente às desigualdades sociais. Pena é que a esquerda não compreenda que a defesa dos valores morais em toda a sua plenitude e coerência é, precisamente, a sua mais importante bandeira." A campanha tem mais nível aqui.

Fevereiro 01, 2005

Dois dias depois, outras memórias

Miguel Marujo

Bloody Sunday

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Yes...


I can’t believe the news today

Oh, I can’t close my eyes and make it go away

How long...

How long must we sing this song?

How long? how long...


’cause tonight...we can be as one

Tonight...


Broken bottles under children’s feet

Bodies strewn across the dead end street

But I won’t heed the battle call

It puts my back up

Puts my back up against the wall


Sunday, bloody sunday

Sunday, bloody sunday

Sunday, bloody sunday (sunday bloody sunday...)

(allright lets go!)


And the battle’s just begun

There’s many lost, but tell me who has won

The trench is dug within our hearts

And mothers, children, brothers, sisters torn apart


Sunday, bloody sunday

Sunday, bloody sunday


How long...

How long must we sing this song?

How long? how long...


’cause tonight...we can be as one

Tonight...

Tonight...


Sunday, bloody sunday (tonight)

Tonight

Sunday, bloody sunday (tonight)

(come get some!)


Wipe the tears from your eyes

Wipe your tears away

Wipe your tears away

I wipe your tears away

(sunday, bloody sunday)

I wipe your blood shot eyes

(sunday, bloody sunday)


Sunday, bloody sunday (sunday, bloody sunday)

Sunday, bloody sunday (sunday, bloody sunday)

(here I come!)


And it’s true we are immune

When fact is fiction and tv reality

And today the millions cry

We eat and drink while tomorrow they die


The real battle yet begun (sunday, bloody sunday)

To claim the victory jesus won (sunday, bloody sunday)

On...


Sunday bloody sunday

Sunday bloody sunday...

(U2, Sunday Bloody Sunday)


A 30 de Janeiro de 1972. Foi assim.

Fevereiro 01, 2005

A falsa assinatura de um cartaz

Miguel Marujo

Já se sabe: de Sócrates não saberemos quem é, diz-nos a JSD, no seu cartaz-canalha espalhado pela cidade. Depois, vem a resposta: "Este sim, sabe quem é". E no segundo cartaz, a acompanhar Santana, a assinatura é outra: PSD. Daqui se depreende: o primeiro cartaz também é do PSD. Mas o "pai" não teve coragem de assumir a "boca" e mandou o filho (supostamente) rebelde atirar-se... É para isto que serve a Jota, Esse, Dê.

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