Abril 29, 2004
Todos os dias
Miguel Marujo
Quase todos os dias são assim, para mim: dia individual sem carro. Saio de manhã, pela fresquinha, uma greve da Carris ainda não terminada, desce-se a Alcântara em busca de um alternativo, apanha-se um amarelo fura-greves e, no tempo certo, arriba-se à estação. O comboio não demora mais do que cinco minutos. No fim de um percurso de 17 minutos assoma a estação de Queluz-Massamá, onde se descortina o autocarro suburbano mais directo para o trabalho já de saída. Resta a espera: àquela hora, não é demorada - dois minutos, e toma-se o 106 com destino à «praia». O tempo é de cerejas, mas o calor não. Desce-se na paragem devida e sobe-se uns 100 metros (viesse eu de viatura particular e tinha uma vanette de serviço, para fazer uma distância pouco maior). Está-se na redacção. As televisões não páram de dar conta para o país todo como são tristes as manhãs suburbanas de Lisboa e Porto. «Trânsito lento no IC19, acidente na A2, o garrafão preenchido, a VCI entupida». Bom dia.