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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Abril 30, 2004

À flor da pele

Miguel Marujo

Os blogues são instantâneos. Daí o tom do post anterior. A política e a causa pública mereciam outro cuidado. E outros actores, definitivamente. Estarei a querer combater moínhos de vento?

Abril 30, 2004

Sinais contrários

Miguel Marujo

Hoje, o autocarro atrasou-se e falhei o comboio. A hora de entrada arrastou-se. Paciência. Também eu tenho direito a ter desculpas do trânsito... Mas depois de ouvir o nosso primeiro-ministro - e o seu neolacaio Portas - esta manhã gritar (foi assim, ouvi eu) a sua indignação face às denúncias de Louçã de negócios estranhos, como o anunciado com a Carlyle, e que continuou sem explicar no Parlamento (um paralelismo: a mesma indignação de Durão foi ouvida sobre o Citigroup, e veio a revelar-se como verdadeira...), não me preocupei com a política de transportes. O condutor deste automóvel que é o nosso país conduz perigosamente... e as teias do mundo do futebol são brincadeiras de meninos de coro ao pé destas negociatas.

Abril 29, 2004

Todos os dias

Miguel Marujo

Quase todos os dias são assim, para mim: dia individual sem carro. Saio de manhã, pela fresquinha, uma greve da Carris ainda não terminada, desce-se a Alcântara em busca de um alternativo, apanha-se um amarelo fura-greves e, no tempo certo, arriba-se à estação. O comboio não demora mais do que cinco minutos. No fim de um percurso de 17 minutos assoma a estação de Queluz-Massamá, onde se descortina o autocarro suburbano mais directo para o trabalho já de saída. Resta a espera: àquela hora, não é demorada - dois minutos, e toma-se o 106 com destino à «praia». O tempo é de cerejas, mas o calor não. Desce-se na paragem devida e sobe-se uns 100 metros (viesse eu de viatura particular e tinha uma vanette de serviço, para fazer uma distância pouco maior). Está-se na redacção. As televisões não páram de dar conta para o país todo como são tristes as manhãs suburbanas de Lisboa e Porto. «Trânsito lento no IC19, acidente na A2, o garrafão preenchido, a VCI entupida». Bom dia.

Abril 29, 2004

À espera do clamor de indignação

Miguel Marujo

O défice português sem qualquer medida de cosmética do Governo teria sido de 5,3 por cento. Sem medidas extraordinárias, o valor do défice de 2003 é pior do que o de 2002, quando equivaleu a 4,1 por cento do PIB, e de 2001, que não beneficiou de medidas extraordinárias, e foi estabelecido em 4,4 por cento do PIB. A direita não deixará de gritar a sua indignação contra... Guterres, claro.

Abril 29, 2004

O futebol também precisa de humor

Miguel Marujo

«Antes do auto-golo, Rui Jorge esteve muito perto de bater Quim, depois de ter não ter conseguido controlar uma bola que o guarda-redes do Sp. Braga tinha defendido para a frente. Apesar de triste com esses dois lances, o lateral acabou por brincar com a situação. «Falhei a primeira, mas a segunda não perdoei», contou entre sorrisos.

[in MaisEuro2004]

Abril 29, 2004

Eu, pecador, me confesso

Miguel Marujo

Pois... tens razão, Miguel...

Andamos todos um bocadinho relaxados, não é?...

Prometo fazer um esforço para não te deixar a falar sozinho.

E desafio os outros a fazerem o mesmo!

Abril 28, 2004

Política? Não. Publicidade!

Miguel Marujo

Santana não governa Lisboa. Manda os publicitários ou o gabinete de comunicação fazer um anúncio de página inteira, publica-o anonimamente (como hoje no Correio da Manhã, a apelar a uma concentração, «todos em apoio ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa eleito, pelo túnel, mais cidade, pela modernidade») ou assina-o para acusar outros e dizer que não é nada com eles (como no JN e no Público, com anúncios a proclamar que o Tribunal lhes deu razão). A cidade é um imenso túnel, sem luz ao fundo.


PS - Depois, vem o Governo (que já tinha falado e defendido uma obra local pelo ministro das Obras Públicas, em directo, ao vento e frio, na SIC) apoiar a obra, pela voz do secretário do Ambiente (como? de quê?).


src=http://pwp.netcabo.pt/0165760801/EUFACO1.JPG>

size=-2>[imagem com a devida vénia aos Galarzas]

Abril 28, 2004

Terra da Alegria

Miguel Marujo

Nós os vencidos do catolicismo

que não sabemos já donde a luz mana

haurimos o perdido misticismo

nos acordes dos carmina burana



Nós que perdemos na luta da fé

não é que no mais fundo não creiamos

mas não lutamos já firmes e a pé

nem nada impomos do que duvidamos



Já nenhum garizim nos chega agora

depois de ouvir como a samaritana

que em espírito e verdade é que se adora

Deixem-me ouvir os carmina burana



Nesta vida é que nós acreditamos

e no homem que dizem que criaste

se temos o que temos o jogamos

«Meu deus meu deus porque me abandonaste?»




Ruy Belo



Nota: já está online um novo projecto colectivo, onde participo: Terra da Alegria propõe-se ser um olhar de vários cristãos sobre as coisas do mundo. Fica o convite à leitura e às críticas. Sai às quartas.

Abril 27, 2004

Teasers

Miguel Marujo

1. Ando a preparar um breve texto sobre o "meu" 25 de Abril.



2. E outro sobre a América...



3. Temos novidades de Arly Cravo, em tempos de revolução.



4. A Terra da Alegria vai dar-se a conhecer.

Abril 27, 2004

Duas imagens de Abril

Miguel Marujo

«Duas notas, opostas, sobre a cobertura da RTP da cerimónia no Parlamento, evocativa dos 30 anos do 25 de Abril de 1974.



1 - Uma imagem ausente. Durante todo o discurso do Presidente da República, não se viu nunca - nunca - quem aplaudia. As imagens mostravam-nos sucessivamente Jorge Sampaio, a bancada do Governo, os convidados dos países lusófonos, os militares que fizeram a Revolução, até a esposa do Presidente. Nunca, mas nunca, quem aplaudia o quê, ao sabor do discurso de Sampaio. De tal maneira que, a meio, decidi desligar o som televisivo e ligar o rádio, sem grande sorte. A manipulação (má realização? ingenuidade? opção ideológica? falta de câmaras suficientes?) também se faz escondendo informação.



2 - Um gesto presente. Quase no final da comunicação do Presidente da República, a câmara está centrada, de novo, na bancada do Governo. O primeiro-ministro está a trocar olhares com alguém do grupo parlamentar do PSD, percebe-se. No instante seguinte, volta-se para o ministro Marques Mendes e segreda qualquer coisa. Este vira-se também para alguém da bancada do partido maioritário e acena. Depois, faz um gesto, levantando e baixando a mão. Leitura imediata: no final do discurso, os deputados do PSD devem levantar-se. Faltava o cartaz que se usava nos concursos. Há imagens que valem por mil discursos e a política também se faz com pequenos gestos.»



António Marujo, in Público

Abril 26, 2004

O que mais ordena

Miguel Marujo

O computador finou-se em tempos do 24 de Abril. O telemóvel finalmente será substituído. O Dicionário do Diabo mete-se comigo para me enviar um vírus. O blogue tem estado de quando em vez inacessível. Definitivamente, a tecnologia é uma gaja complicada. Por mim, vou para casa ouvir Caetano.

Abril 26, 2004

Conquistas de Abril

Miguel Marujo

A descer a Avenida...



... um casal de indianos (ou paquistaneses), de cravo na mão e com os seus filhos,



... os Tocárufar com miúdos e graúdos, brancos e pretos a espantar fantasmas coloniais,



... os militares só participaram a desmontar o palco das cerimónias da manhã,



Por isto. E por tudo "caber" na Avenida: os slogans do PCP e do Bloco, os solidários com o «capitão Ad hoc», a minha vizinha do 6º, os meus amigos, as juntas de freguesia da Margem Sul, a banda a tocar a «Grândola». É bonita a festa, pá!

Abril 23, 2004

(aqui posto de comando deste blogue)

Miguel Marujo

O 25 de Abril toma-nos muito tempo. Está em curso o processo revolucionário. O blogue só pode seguir dentro de momentos. Até lá, peguem no Zeca, saiam à rua de cravo na mão, naveguem por outros blogues, vão à praia, indignem-se, riam, façam o que vos aprouver, mas sejam felizes.

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