Das leituras soltas deste fim-de-semana, vale a pena lembrar a de
Ana Sá Lopes (imprescindível) no
Público (sábado).
«
[...] Quando o PSD invoca a "fuga" de António Guterres esquece-se do mais mirabolante abandono da vida política dos últimos anos, que foi o de Cavaco Silva: Cavaco Silva inventou um "tabu" que deixou o país suspenso e o partido de mãos atadas; "mandou" elaborar uma moção de estratégia a um congresso; já a moção de estratégia estava pronta, anunciou que não era candidato; já não havia tempo para fazer mais moções; os candidatos que apareceram ficavam (e ficaram) sujeitos à moção de Cavaco Silva; Cavaco manteve-se primeiro-ministro, enquanto Fernando Nogueira, o desgraçado vencedor do congresso, fingia que era líder do PSD. E por aí fora, até à derrota eleitoral do partido. [...]»
[sublinhado nosso]
Acrescento outro dado: Cavaco nos dias anteriores às autárquicas, que levaram à demissão de Guterres, pediu várias vezes que os portugueses dessem uma «vassourada» nos socialistas. Depois, qual virgem pura, acusou o primeiro-ministro de então de «fugir às suas responsabilidades». Os espelhos estão todos partidos lá na travessa do Possolo.