Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Fevereiro 29, 2004

O voto popular

Miguel Marujo

src=http://www.afutebollisboa.org/Clubes/benfica.jpg>


Uma sondagem divulgada pela TVI apresentou os «cinco melhores jogadores de sempre» do Benfica. Não sei se a votação foi por SMS ou pela net, o que sei é que os resultados sofrem do mal de tantas «selecções» - memória curta. Os melhores, dizem-nos eles (votaram os tecno-benfiquistas):

1. Eusébio, 2. Simão Sabrosa, 3. Nuno Gomes, 4. Chalana, 5. Coluna.

O que me importa é a inclusão de Simão e Nuno Gomes, esquecendo tantos e tão bons jogadores, que viriam antes de qualquer um dos dois (por muito que eles nos valham no presente). De repente, daqueles que eu "vi", posso citar... Humberto Coelho, Carlos Manuel, Nené, Bento, Veloso, Filipovic, Jonas Thern, Mozer, Ricardo Gomes, Shéu, Preud'homme, Rui Costa, João Pinto (sim, esse!)... E posso recuar mais e citar o meu Pai que colocaria aqui na lista Torres, José Augusto ou Águas (pai).

A minha selecção é outra: a de jogos, como o primeiro de todos ao vivo (um particular em Aveiro, por causa da transferência do Veloso, com os "reservas" a despacharem o Beira-Mar por 8-2), ou com o Marselha e a mão de Vata, ou contra o Arsenal em Londres, a taça ganha no Porto porque Pinto da Costa não queria jogar em "Oeiras", ou outro, inesquecível, contra o Bayer Leverkusen (com a vitória de 5-4). Também não me esqueço de derrotas (sim, os 7-1, ou as finais da Taça dos Campeões, uma delas "vista" na Ribeira do Porto e com direito a cortejo fúnebre de um boneco vermelho pelas ruas da Sé...).

Fevereiro 28, 2004

Bonitas memórias

Miguel Marujo

«O Benfica faz 100 anos, a minha infância não volta, mas sempre digo que o futebol me aliena menos do que os blogues. O que é que tem o Benfica que é diferente dos outros?» O André diz tudo sobre o Benfica. Para ler por adeptos, simpatizantes, ou apenas por quem gosta de futebol. É bonita a festa, pois!

Fevereiro 27, 2004

(meti água)

Miguel Marujo

src=http://www.capricarpet.com/images/mohawk-laminate/spilled-glass-water.jpg>


Ando com a casa às costas, a saltitar de computador em computador, porque "meti" água no meu. Maldito copo que se tombou à minha frente, sem apelo pelas teclas nem agravo pelos "chipezinhos" que se alojam no seu interior. Resultado: um coma profundo e um ou dois "posts", que estavam em preparação/ebulição à espera de tempo e recriação para os alojar por aqui. Um deles aprofundava a omissão de Mel Gibson, que aqui se aflorou (quase) ao de leve. Agora - espero redimir-me em teclado alheio, mas a coisa pode demorar mais. Por enquanto, vou mergulhando no fim-de-semana...

Fevereiro 27, 2004

À conversa no autocarro (II)

Miguel Marujo

Conta-nos o JMF que por "Espanha" se «defende um método alternativo às sondagens: a frequência dos transportes públicos». Mas uma amostra assim - sendo merecedora de registo - será cada vez mais aleatória.



Todos os anos, o número de utilizadores dos transportes públicos diminui. E, nestes casos, não podiam ser sondados o Zé e a Maria, tão queridos de Durão e Portas. Afinal, dizem-nos sociólogos e cronistas políticos, que o Zé e a Maria saem todos os dias, manhã cedo, dos seus apartamentos suburbanos de classe média, para enfrentar as bichas do IC19 ou da VCI. E o que seria deles (políticos) sem poderem invocar em cada missa profana (congresso) o Zé e a Maria?

Fevereiro 27, 2004

Estupidez de destruição maciça

Miguel Marujo

O Presidente americano, George W. Bush, anunciou que vai continuar a produzir minas anti-pessoais, ao contrário do que tinha decidido o seu antecessor Bill Clinton. Diz ele (o Bush) que daí não vem mal ao mundo: serão minas inteligentes.

Fevereiro 27, 2004

À conversa no autocarro

Miguel Marujo

Queixou-se JMF no Terras do Nunca que, «mesmo num mês de 29 dias, estar 15 minutos numa bicha para comprar o [passe] L, no dia 26, parece-me um exagero». São prevenidos é o que é, caro JMF. Eu que não cuidei que este mês se acaba já no domingo, vou ter de penar, não numa qualquer bicha, mas sim à procura de um postozinho da Carris ou do Metro que venda o passe ao fim-de-semana (e um L12 é ainda mais difícil de encontrar). Mesmo com aumentos, não dá para passar sem passe.

Fevereiro 26, 2004

Poste da situação

Miguel Marujo

Há novidades na coluna dos blogues [à direita]: o Amor & Ócio, com um escriba que nos anima no Público e que vem das boas terras aveirenses, Rui Baptista; o Estrago da Nação, de Pedro Almeida Vieira, em novo endereço e formato, mas com a mesma acutilância; o novo Carlos Vaz Marques assinou o óbito do seu Outro Eu, o que lamentamos; o benfiquista "sete a zero" perdeu a vontade, num "premonitório" poema anterior ao desaparecimento de Fehér; e acrescentámos (há já algum tempo) três blogues essenciais e verdadeiros serviços públicos: Almocreve das Petas, Blog sobre Kleist e Sous les pavés, la plage! Ide ler.



[mais logo, poremos os links para os referidos blogues]

Fevereiro 26, 2004

Justiça «casa pia»

Miguel Marujo

«Mais de dois anos depois de ter começado a levar para Guantanamo os suspeitos taliban e membros da Al-Qaeda capturados nos meses que se seguiram ao 11 de Setembro, o Pentágono anunciou as primeiras duas acusações entre os cerca de 660 detidos. Não foi avançado nenhum calendário para os julgamentos e há indicações de que o processo de pode arrastar.» [in Público]

Fevereiro 25, 2004

Marretadas neles

Miguel Marujo

src=http://crea1.ubi.pt/~xpto/marretastres.jpg>


Eles fizeram um ano (parabéns!). É muito tempo - aqui, em qualquer lugar... Confesso (e vou levar marretadas por isso) que não são leitura diária. Mas eles têm graça. Em especial, o Animal - que, como bom animal de esquerda, é o mais divertido da companhia (nova marretada, agora à direita). Hoje, um outro blogue "parabenizou-os" com um blogue de parabéns. Nada de original (marretada nossa!): já aqui se tinha antecipado um aniversário e aqui se tinha felicitado o acontecimento.

Fevereiro 25, 2004

«El final del siglo veinte es un show de funerarias»(um tango para Woody Allen)

Miguel Marujo

«Woody Allen, quiero verte en Buenos Aires,

ruso piola y atorrante de Manhattan,

con tu cara de gilastro,

y tu corazón en llamas,

te veo por Corrientes palpitando

nostalgias que hacen mal, pero son lindas:

Buenos Aires, viejo Woody, es una mina

de la que ya never more escaparás.



Verás, che Woody Allen

tu biógrafo en porteño,

cuando Hugo del Carril de la pantalla se salía

por darle una alegría de amor a Doña Nadie

y el cielo era la vieja vigilando junto a Dios.



Verás a las mellizas

New York y Buenos Aires,

bellísimas y neuras como niñas inmortales,

cambiando amor por sexo y a los cafés por bancos,

bailar el tango al ritmo de tu rubio bandoneón.



Woody Allen, tengo ganas de abrazarte

contemplando que el final del siglo veinte

es un show de funerarias:

Chernobyl, El Golfo, El Sida.

Y, al fin, si es inmoral seguir con vida,

vení, que aquí están Groucho y Pepe Arias

y nos vamos a morir, pero de risa,

para dentro de dos siglos despertar.



Verás, che Woody Allen

tu biógrafo en porteño,

cuando Hugo del Carril de la pantalla se salía

por darle una alegría de amor a Doña Nadie

y el cielo era la vieja vigilando junto a Dios.



Verás a las mellizas

New York y Buenos Aires,

bellísimas y neuras como niñas inmortales,

cambiando amor por sexo y a los cafés por bancos,

bailar el tango al ritmo de tu rubio bandoneón.
»



Horacio Ferrer, «Woody Allen»

[um obrigado ao Primo pela referência]

Fevereiro 24, 2004

O Zeca que me tem cativo...

Miguel Marujo

... desde que me lembro, chegou-me pelos meus irmãos e pelo meu pai. Sem fervores demasiados, apenas a música pela música - e já é dizer tanto. Também me lembro dos dias da morte de Zeca Afonso. Andava pelo 9º ano e, na minha turma, o filho de um industrial-devidamente-PPD-PSD (não é uma mania santanista, na altura era mesmo assim) vociferava contra o músico-militante, ou, se calhar, só contra o militante, mas o músico levava por tabela. Por ser «comunista» (numa altura em que os comunistas comiam criancinhas ao pequeno-almoço), gritava/insultava o B., em pleno balneário depois da aula de Educação Física. Saí em defesa de Zeca, citando um trecho de uma entrevista (ao Expresso?) em que ele admitia uma admiração por Jesus. A memória atraiçoa-me e o baú que guarda estas coisas deve estar perdido em Aveiro. Mas era aquilo que ele mais ou menos dizia. O outro, católico-suficientemente-devoto, não acreditava no que lhe contava. O mundo era a preto-e-branco, na cabeça formatada lá em casa. Há uns assim hoje em dia, mas - o pior - é que chegaram ao poleiro.

Pág. 1/5