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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Janeiro 23, 2004

Adesão elevada

Miguel Marujo

A escassas horas do fim da greve, a administração e os trabalhadores deste blogue podem garantir uma adesão elevada à greve de hoje (aqui no blogue, claro). O Governo escusa de assobiar para o lado.



PS - Lembram-se do despacho do gabinete do ministro dos Assuntos Parlamentares, publicado aqui mais abaixo? Foi assunto, hoje, no PortugalDiário. Se não houvesse outros motivos para a greve, este seria um deles: «Assessora do ministro, advogada desde 2001, ganha 883 contos», que é como quem diz a contenção quando nasce não é para todos. Mas a blogosfera, pelos vistos, prefere andar a discutir isto.

Janeiro 22, 2004

Ele voltou...

Miguel Marujo

... como podem ver, aqui ao lado, na coluna dos blogues «clássicos». Carlos Vaz Marques, o "Outro eu", tem uma nova morada porque tinha perdido a "chave" para entrar na sua (antiga) casa. Mas a mudança é óptima - para quem sentia a falta de CVM: «Tive de procurar outra morada. O nome é o mesmo, o habitante também. Só mudou a rua e o recheio da sala. Quis que as paredes fossem iguais mas ainda me falta a mobília. Talvez com o tempo seja capaz de voltar a ter um lugar minimamente habitável e suficientemente digno de visita.»

Janeiro 22, 2004

Santana a arder

Miguel Marujo

Os boys laranjas e azuis continuam a tomar de assalto a Câmara Municipal de Lisboa. António Monteiro, o senhor EMEL, vai passar a ser vereador na autarquia, no lugar de Pedro Feist (antigo dirigente popular), que disse que o senhor dos parquímetros não tem currículo nenhum, só ambição. A prová-lo está esta notícia: «Lisboa: nomeação de vereador pode ser ilegal. Presidente da EMEL pode vir a ser vereador. Mas António Monteiro parece ter mais cargos que tempo».



Certamente Santana já terá engendrado uma qualquer fuga para trás...

Janeiro 22, 2004

Quem tem medo da Volkswagen?

Miguel Marujo

«Foram muitas as pessoas que se deslocaram às boas instalações da Academia do Sporting para assistir ao jogo-treino entre o Sporting e o Wolfsburgo, apesar de ser quarta-feira, dia útil. Mas a figura mais ilustre que presenciou o joguito de futebol foi o ministro da Economia. Tinha o intervalo acabado há pouco, quando Carlos Tavares se sentou ao lado do presidente do Sporting e assistiu aos últimos 45 minutos de bola. Não se sabe se o seu homólogo alemão faria o mesmo no caso do Boavista (actual sétimo classificado do campeonato português) realizasse em terras germânicas um jogo-treino com o Bayern de Munique (segundo na Bundesliga). Mas talvez tivesse alegado uma agenda demasiado preenchida e optasse por se manter no seu gabinete ministerial. A verdade é que o titular da pasta económica do Governo português lá aceitou o convite da Volkswagen, proprietária do Wolfsburgo, e ocupou grande parte da sua tarde de quarta-feira a ver o jogo-treino entre Sporting e Wolfsburgo. É que a um ministro que se preze não se pode recusar, sem mais nem menos, um convite de uma multinacional que, na fábrica de Palmela, produz 600 automóveis por dia e que representam 7,8 por cento das exportações nacionais, 1,9 por cento do Produto Interno Bruto português e dá trabalho a 3200 pessoas.



No final da jogatana, batedores da GNR facilitaram a vida ao ministro, que não teve que penar longos minutos para conseguir andar alguns metros na "estrada" que separa a Academia do Sporting da Estrada Nacional.
»



Texto publicado hoje na secção de Desporto do Público [sublinhados nossos].

Janeiro 22, 2004

Quem tem medo de Alberto João?

Miguel Marujo

«Governo continua a dever dinheiro à Madeira», lê-se no Público. E o presidente do governo regional madeirense deixou-nos mais esta pérola: «"Há uma ideia de que sempre que o Governo Regional da Madeira reúne com o Governo da República vimos aqui buscar dinheiro. Não foi disso que se tratou", disse Jardim, que se afirmou "solidário" com o todo nacional. "Nunca fui tão solidário com um Governo da República como tenho sido com este", acrescentou, acabando por dizer: "Quem deve neste momento é o Estado à região."»

Janeiro 21, 2004

À espera do sobressalto

Miguel Marujo

Enquanto aguardamos notícias do vento que passa, trago outras pequenas ajudas:


- o vereador das Obras Públicas de Lisboa (peço desculpa, ministro das Obras Públicas de Portugal), Carmona Rodrigues, lembrou que os passes têm de subir até oito por cento - e 3,9 por cento em termos médios - e que para conter os prejuízos seria necessário aumentar os preços em 25 por cento. Às malvas a aposta no transporte público!


- o ministro dos soldadinhos de chumbo (peço desculpa, ministro da Defesa da Raça), Paulo Portas, devia ler o relatório da OCDE hoje divulgado: «Em Portugal, há mais saídas de portugueses que entradas de estrangeiros, pelo menos desde 1993».


- a ministra das obsessões só para alguns (peço desculpa, ministra das "suas" Finanças), Manuela Ferreira Leite, levou hoje um puxão de orelhas da Comissão Europeia: «Comissão Europeia deixa aviso a Governo: Défice "excessivo" e viabilidade "incerta" das contas públicas são "pontos negativos"» (e agora quem acusa Guterres, citando Bruxelas?).


- o ministro da comunicação social deve andar contente, com a nova 2: (schiu! não se pode criticar este canal!) e com as audiências da TSF, que baixaram na Grande Lisboa e no Grande Porto, onde estão os "eleitores-decisores"...


- o ministro dos assuntos particulares (peço desculpa, ministra dos Assuntos Parlamentares), Marques Mendes, contratou (certamente à revelia da ministra das obsessões) uma "técnico-jurídica" para o ajudar. E por isso vai pagar-lhe 3703,84 euros mais IVA. Que é como quem diz 742 contos, na moeda antiga, mais o "ivazinho"...


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agradecimentos aos Galarzas por esta última dica

Janeiro 21, 2004

Sem tabus!

Miguel Marujo

Obrigado Filipe e Miguel pelas palavras de encorajamento!



Aproveito para esclarecer o equívoco: não se trata de criar tabus nem falta de consciência de que não podemos esperar muito. Trata-se simplesmente de escolher o melhor timing... em função das minhas próprias limitações.



É que amanhã inicio o gozo da minha licença parental. São 15 dias que vou dedicar à consolidação dos laços que me unem ao Francisco. Mas são 15 dias que quero também aproveitar para dar forma às ameaças.



É só isso. De resto, devo dizer que gostei da imagem dos moinhos de vento e, se o Filipe estiver de acordo, talvez venha a utilizar o conceito.

Janeiro 21, 2004

Sim, ajudo

Miguel Marujo

Ameaçava este espaço transformar-se em monocultura, quando o Diogo semeou ventos e tempestades, daquelas sementes que não nos deixam ficar quietos, que nos instigam a ir mais à frente. Aguardo, como o Filipe, o desafio. «Mais cedo do que tarde».

Janeiro 21, 2004

Tabus

Miguel Marujo

O Diogo ameaça provocar-nos! E muito bem. Se as razões são a do desespero perante a "situação", muito bem! Se se sente desinstalado e com iniciativa para transformar essa sensação em capacidade interventiva, muito bem!

Ficamos a aguardar, ansiosos e... curiosos, pelas novidades.

Mas não podemos esperar muito... não podemos criar tabus, antes de existirem.

Deita cá para fora o que te vai na alma e depois responderemos a esse desafio.

Janeiro 21, 2004

Mais me ajudas!

Miguel Marujo

Na semana passada, a propósito de queijos, escrevi aqui que achava que era preciso que todos fizéssemos alguma coisa para mudar o estado a que chegou o nosso país. E terminei o meu texto com a ameaça de que me preparo para tomar, eu próprio, uma iniciativa.



Ainda não é hoje que vou concretizar as minhas intenções, mas ando a maturar umas ideias e, mais cedo do que tarde, torná-las-ei públicas. Continuo a dizer que espero poder contar convosco!



«A prosperidade não existe sem muitos medos e desgostos», disse um dia Francis Bacon. E acrescentou que «a adversidade não existe sem muitos confortos e esperanças». Enfim, com os limites que é devido impor a estas afirmações absolutistas, acho que Francis Bacon tinha razão.



O conforto é agradável, mas quando o conforto é aparente ou momentâneo, apenas serve para que nos vamos habituando à nossa própria destruição. É como uma cama confortável: é fácil entrar nela, mas é difícil sair!



Há um momento em que temos de trocar o nosso conforto pelo futuro do mundo e da humanidade. Para os portugueses, parece-me que esse momento já chegou. Há bastante tempo!

Janeiro 21, 2004

Temos os patrões que merecemos

Miguel Marujo

Anuncia-se um aumento de 3,9 por cento para os transportes públicos, o dobro da inflação prevista. Os senhores das empresas dizem que os aumentos são demasiado «baixos». Deviam ser 25 por cento. E que os transportes portugueses são os mais baratos da União Europeia. Já cá faltava, este argumento!



O que os senhores das empresas não dizem/não explicam/não fazem é:

- que continuamos a ter transportes com horários descoordenados, sem um efectivo funcionamento em rede;

- que continuamos a ter autocarros velhos (apesar da melhoria substancial da Carris, em Lisboa);

- que continuamos a ver as empresas a não responderem às necessidades de transporte em determinadas localidades (exemplo próximo: apesar do aumento exponencial de trabalhadores e empresas em Queluz de Baixo, a Lisboa Transportes/Vimeca mantém uma oferta risível para esta zona);

- que o transporte público continua a ser preterido em relação ao privado;

- que o nível de vida (salários) dos portugueses é muito mais baixo que o dos europeus;

- ...



Há muitas outras questões. Estas são as respostas óbvias para o absurdo da medida.



P.S.: O título deste "post" inspira-se na reacção clássica do patronato às dificuldades em épocas de crise (curioso, como alguns, só lembram o "imobilismo" dos sindicatos, esquecendo o "conservadorismo" patronal): os despedimentos, travestidos de "reestruturações", e o aumento dos serviços, sem qualquer melhoria de qualidade.

Mais: ontem, o patrão dos patrões comentou o aumento do tempo de licença de maternidade para os quatro meses e meio desta forma: «"É claro que um patrão prefere ter um homem do que raparigas novas. Porque sabe que vão casar e querer ter filhos", afirmou Francisco Van Zeller da Confederação da Industria Portuguesa (CIP).»

Janeiro 20, 2004

Lusa não chega ao Iowa

Miguel Marujo

A cidade de Des Moines fica longe. O Partido Democrata americano também não interessa a ninguém - e, afinal, hoje Bush, o Todo Poderoso, falará à Nação, que é como quem diz a todos os nós. Não se vêem notícias sobre a escolha do seu concorrente na Agência Lusa, que prefere dar conta da «chegada de militares japoneses a Samawa, no sul do Iraque». Luís Delgado é o melhor comissário político de Bush.