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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Setembro 08, 2003

Tau-tau

Miguel Marujo

Tenho medo de continuar a escrever. Depois do texto anterior, agora vão todos andar à cata da minha próxima asneira!

Setembro 08, 2003

Vêm-se?

Miguel Marujo

Tropeçar nas teclas, é o que de mais comum há. Mesmo se relemos - mais ou menos rapidamente - o que escrevemos antes de "postar". Mas os erros, as gralhas, as faltas de concordância estão sempre lá. No papel, no jornal online, no blogue. Já em tempos, Ivan Nunes notou a falta de «cuidado» com que Pacheco Pereira escreve.

Hoje, a ler outros blogues - mesmo de jornalistas "de referência" - notei a queda para alguma falta de rigor (um tropeção na tecla, a pressa da "posta"), e a repetição do erro de Pacheco. Que se lê também nos jornais de papel. A falta que os copy-desks fazem nas redacções estende-se à blogosfera!

De uma vez por todas: vêem é do verbo ver e não vir [vêm], como muitas vezes se vê escrito. Ver com dois olhos (dois "E", como aprendi na escola-que-não-ensina-segundo-os-doutos-barretos-e-pachecos-desta-república!).

Setembro 08, 2003

Music for a new society

Miguel Marujo

A Universal anunciou que vai reduzir o preço dos CDs em 30 por cento. Primeiro, nos Estados Unidos. Depois na Europa. Veremos se, em Portugal, se seguirá a mesma política... Para combater a pirataria, anunciou aquela editora. A medida - tímida, quanto a mim - é positiva, por ser um primeiro passo no reconhecimento da culpa que a indústria tem no aumento da pirataria. Os CDs estão caros, melhor são muito caros.

Há quem na indústria há muito tenha percebido isso. David Fonseca disse-me há tempos numa entrevista: A responsabilidade não é das pessoas que o copiam. Os discos são muito caros: sou a favor de baixar os preços, de haver um IVA de cinco por cento para os discos, torná-los um objecto muito mais acessível, para que possa haver de novo um culto à volta do disco. Passa muito mais por aí, em dignificar o disco, do que haver as cópias anti-pirata. É preciso é dignificar o disco.



A medida é tímida, pelo que vemos na prática. Hoje, na FNAC, comprei quatro álbuns pelo preço de um CD novo: um CD (edição quase "deluxe") dos Mão Morta, com um disco extra ao vivo - por 11,10 euros. E dois álbuns de Tim Buckley reunidos numa edição única (mas cuidada, com notas históricas), por 7,80 euros. Total: 18,90 euros. Muitas das novidades estavam nos escaparates ao «preço verde» de 18, 19 ou mesmo mais de 20 euros.

Setembro 08, 2003

Recursos humanos (o Estado dos transportes III)

Miguel Marujo

Estação de Campolide, Lisboa. Domingo ao fim da tarde.

Seis fiscais pediam às pessoas que se dirigiam para os comboios da linha de Sintra os seus «títulos de transporte».

A bilheteira da CP estava encerrada. E a única máquina disponível a vender bilhetes tinha uma bicha com umas 20 pessoas...

Setembro 08, 2003

Quero falar disto...

Miguel Marujo

Portas ajoelhou-se. E rezou de ar compungido. Um homem de fé não se pode esconder dos fotógrafos e operadores de câmara, disse. A fé é coisa privada, dizem outros.

Setembro 08, 2003

De volta...

Miguel Marujo

De volta de férias a máquina ainda está a aquecer, o discurso ainda sai titubeante. De forma que ataco a polémica mais simples: o futebol.



Dizer-vos que sou dos piores adeptos que uma equipa pode ter. Pois fui do Benfica em batalhas de pré-eliminatoria para a Liga dos campeões, e perdeu; fui do Porto para a conquista da SuperTaça Europeia, qual cereja no topo de um bolo já recheado, e perdeu; fui do Sporting, como normalmente sou, para a SuperLiga e o Sporting, talvez devido aos milhões que fez com a transferência de jogadores, pagou ao Porto a factura da derrota na SuperTaça, e perdeu; fui da selecção de Sub-21, equipa recheada de estrela meteóricas do panorama europeu, e perdeu; fui da selecção AA's, equipa recheada de pseudo-estrelas, não tão meteóricas, do panorama europeu (só lá faltou o victor Baia, mas isso é outra guerra de uma importância extraordinária...), e perdeu...



Apetece-me ainda dizer que torci pela paz mundial, e em particular no médio oriente, e a paz perdeu; torci pela actuação politica do Governo e oposição em Portugal, e os politicos perderam;



Torci para não ter muito mails para ler quando voltasse de férias, nem muitos posts aqui na cibertulia...



Enfim, não ando muito ganhador ultimamente.

Mas isto muda. Deus é grande... e não dorme. E o Sporting ainda é campeão este ano!

Setembro 08, 2003

Somos todos teens!

Miguel Marujo

Teens

O Miguel já disse tudo. A selecção de sub-21 armou-se em real madrid dos pequenitos e perdeu em casa contra a selecção da Turquia. O José Romão pode dizer o que lhe apetecer; a verdade é que a selecção da Turquia é mais madura, mais humilde e mais trabalhadora do que todas as jovens estrelas emigrantes lusas. Salvou-se Hugo Viana, que tentou (em vão) disfarçar o sub-rendimento do Tiago e do Bosingwa e amenizar a superioridade turca a meio-campo. E o relvado do Estádio Municipal do Fontelo é uma miséria! Já que não sobrou dinheiro do Euro 2004 para arranjar estes relvados, não seria possí­vel à  Federação escolher outros estádios para a realização dos jogos decisivos das nossas selecções?!



Starlettes

Os séniores não fizeram melhor; pelo contrário, conseguiram até fazer pior!

Do jogo jogado (adoro esta expressão!) há pouco a dizer e Scolari já disse tudo: levámos um banho de bola!

Mas há que protestar contra o árbitro: porque carga de água é que o romeno não expulsou o Fernando Couto?! A dupla cotovelada no Diego Tristán e a mão na cara do Iker Casillas não são suficientes para expulsar um jogador de futebol?! Inacreditável! Só resta acrescentar que o senhor Couto é capitão de Portugal e está à beira de completar 100 internacionalizações! E que o jogo foi visto por milhões de espectadores... Há gente que, aos 34 anos, ainda se porta como um teenager.



Espanha

Se há alguém aqui que gosta de Espanha e dos espanhóis (e espanholas, por supuesto) sou eu! Trata-se, aliás, de um fardo que transporto no nome (João Diogo Rangel Pamplona Pizarro Pinto) e que foi alimentado pelos quatro anos vividos em Chaves, mesmo ao lado da fronteira de Feces de Abajo, das lojas de Verín e da animação de Ourense. Imagino que o facto de ter visto todos os dibujos animados da minha infância (a Heidi, o Marco, o Dartacan, o Era uma Vez..., etc.) em castelhano também tenha ajudado...

A verdade é que adoro Espanha e tudo o que é espanhol. Adoro Bracelona (como toda a gente de bom gosto) mas também adoro a menos consensual Madrid, a mediterrânica Valencia, a andaluza Sevilha, as montanhosas Asturias, a altaneira Ávila, a moderna Bilbao, a castelhana Burgos, a histórica Cádiz, a mourisca Córdoba, a agreste A Coruña, a monumental Granada, a universitária Salamanca, a elitista Santander, a medieval Toledo, a duriense Zamora e um sem número de outras pequenas e grandes pérolas. Farto-me de ouvir música espanhola (Jarabe de Palo, Ismael Serrano e Kepa Junkera, por exemplo), leio imenso em espanhol (Eduardo Mendoza, Vázquez Montalbán, Torrente Ballester, Soledad Puértolas, Antonio Muñoz Molina e, sobretudo, Pérez-Reverte), adoro cinema espanhol (Almodóvar e Almenábar, claro, mas também Fernando Trueba, Alex de la Iglesia, Victor Erice, Imanol Uribe, Bigas Luna, Julio Medem, Santiago Segura, Manuel Gómez Pereira, etc.). E é claro que falo espanhol desde pequenino, com sotaque de Madrid...

A culpa, Miguel, não é da defenestração do Miguel de Vasconcelos. A culpa, Miguel, é, antes de mais nada, do D. Afonso Henriques que, para além de mulherengo, era um mal-educado e sem-vergonha qua batia na mãe! E, depois dele, a culpa é de uma série de nobres receosos de perderem os seus privilégios que foram, recorrendo a todos os meios, impedindo o projecto de fusão que durante séculos foi tentado pelas casas reais da península ibérica. Os monárquicos mais puristas sabem bem que a chamada Casa de Bragança, para além de ser um ramo absolutamente bastardo da famí­lia real portuguesa, não passa de um bando de ursupadores que depuseram os legítimos reis de Portugal que, por acaso, também o eram de Espanha.



Mandona

Fico, então, à espera das rosas inglesas. Não são apenas as teens que adoram estas starlettes...