Junho 25, 2003
EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO
Miguel Marujo
Há vários dias que cá não vinha... isto das semanas com feriados e pontes tem destas coisas.
Mas a minha visita de hoje, valeu a pena! Muitas novidades e assuntos interessantes para comentar!
Antes de mais nada, parabéns à Mónica e ao Paulo por porem neste mundo mais um ser humano, desta feita do género feminino, ajudando, assim, por um lado, a combater a crise demográfica e, por outro, a conferir mais e mais diversidade a este mundo que cada vez parece mais igual! Sê benvinda Júlia!
Aproveito também para saudar os mais habituais do blog: o Miguel Marujo, o Zé Manuel Salvado e o José Saraiva. É bom ter notícias vossas, ainda que seja só por olhar o mundo através dos vossos olhos! Gostava de vir cá mais vezes, para ir comentando os vossos comentários e discutindo as vossas opiniões. Prometo que vou tentar!
Tenho pena, principalmente, de não ter lido em tempo útil o comentário do Zé Salvado sobre o "cristianismo, europa e constituições". Até por vir no seguimento do meu próprio comentário sobre esse assunto.
Deixai-me esclarecer, homens de deus, que nunca pela minha singela mente passou a ideia de defender a exclusividade do cristianismo na construção da matriz cultural da Europa. Nunca! Mértola é parte da Europa, assim como Córdova e a Alhambra de Granada, o sul de Itália, a Bulgária, a Turquia e a Bósnia. E Alfama e Marselha e muitos outros bairros e cidades por essa Europa fora espalhados. Uns eu conheço e outros gostava de conhecer.
De qualquer forma, negar que o mainstream da matriz cultural europeia fica a dever à tradição cristã é negar o óbvio. Se isso é ou não suficiente para justificar a inclusão dessa referência no preâmbulo da constituição europeia, já não é tão óbvio. Pelo menos para mim... Ainda que tenda a dizer que não. Que não é.
Também não gosto de nenhuma forma de exclusão. Infelizmente tem-se muitas vezes associado o cristianismo a esta prática. E isso, apesar de ser chato, tem razão de ser... E não vale a pena ir buscar exemplos do passado histórico mais recente e/ou mais distante. Basta olhar para a Casa Branca e para a sua estratégia política relativa ao mundo islâmico. Basta estar atento às suas declarações. Às expressões que utilizam, aos argumentos de que se socorrem, ao messianismo latente.
Esse é o cristianismo que não me interessa, o cristianismo que não faz jus às suas próprias origens, o cristianismo que não tem futuro. Se é a este cristianismo que se querem referir no preâmbulo da constituição europeia (e é-o provavelmente no caso de Paulo Portas, que provavelmente também gostaria de ver uma referência, na nossa constituição, à nossa senhora de fátima, que, por sinal, é nome árabe!!!), sou, sem dúvidas, contra! E acompanhar-te-ei, só, nessa cruzada. Mas, na verdade, esse não é um cristianismo europeu.
Aliás, acompanhar-te-ei com gosto nessa e noutras cruzadas. Mas não me peças para te acompanhar na impossível defesa do injustificável mau gosto do aspecto exterior do novo estádio do Sporting! Alvalade XXI é bem mais feio que as Amoreiras, mas numa coisa tens razão: já faz parte da cidade! E que pena tenho que faça parte da zona da cidade que escolhi para viver...
Mas a minha visita de hoje, valeu a pena! Muitas novidades e assuntos interessantes para comentar!
Antes de mais nada, parabéns à Mónica e ao Paulo por porem neste mundo mais um ser humano, desta feita do género feminino, ajudando, assim, por um lado, a combater a crise demográfica e, por outro, a conferir mais e mais diversidade a este mundo que cada vez parece mais igual! Sê benvinda Júlia!
Aproveito também para saudar os mais habituais do blog: o Miguel Marujo, o Zé Manuel Salvado e o José Saraiva. É bom ter notícias vossas, ainda que seja só por olhar o mundo através dos vossos olhos! Gostava de vir cá mais vezes, para ir comentando os vossos comentários e discutindo as vossas opiniões. Prometo que vou tentar!
Tenho pena, principalmente, de não ter lido em tempo útil o comentário do Zé Salvado sobre o "cristianismo, europa e constituições". Até por vir no seguimento do meu próprio comentário sobre esse assunto.
Deixai-me esclarecer, homens de deus, que nunca pela minha singela mente passou a ideia de defender a exclusividade do cristianismo na construção da matriz cultural da Europa. Nunca! Mértola é parte da Europa, assim como Córdova e a Alhambra de Granada, o sul de Itália, a Bulgária, a Turquia e a Bósnia. E Alfama e Marselha e muitos outros bairros e cidades por essa Europa fora espalhados. Uns eu conheço e outros gostava de conhecer.
De qualquer forma, negar que o mainstream da matriz cultural europeia fica a dever à tradição cristã é negar o óbvio. Se isso é ou não suficiente para justificar a inclusão dessa referência no preâmbulo da constituição europeia, já não é tão óbvio. Pelo menos para mim... Ainda que tenda a dizer que não. Que não é.
Também não gosto de nenhuma forma de exclusão. Infelizmente tem-se muitas vezes associado o cristianismo a esta prática. E isso, apesar de ser chato, tem razão de ser... E não vale a pena ir buscar exemplos do passado histórico mais recente e/ou mais distante. Basta olhar para a Casa Branca e para a sua estratégia política relativa ao mundo islâmico. Basta estar atento às suas declarações. Às expressões que utilizam, aos argumentos de que se socorrem, ao messianismo latente.
Esse é o cristianismo que não me interessa, o cristianismo que não faz jus às suas próprias origens, o cristianismo que não tem futuro. Se é a este cristianismo que se querem referir no preâmbulo da constituição europeia (e é-o provavelmente no caso de Paulo Portas, que provavelmente também gostaria de ver uma referência, na nossa constituição, à nossa senhora de fátima, que, por sinal, é nome árabe!!!), sou, sem dúvidas, contra! E acompanhar-te-ei, só, nessa cruzada. Mas, na verdade, esse não é um cristianismo europeu.
Aliás, acompanhar-te-ei com gosto nessa e noutras cruzadas. Mas não me peças para te acompanhar na impossível defesa do injustificável mau gosto do aspecto exterior do novo estádio do Sporting! Alvalade XXI é bem mais feio que as Amoreiras, mas numa coisa tens razão: já faz parte da cidade! E que pena tenho que faça parte da zona da cidade que escolhi para viver...