Setembro 07, 2012
Estados relativos das coisas
Miguel Marujo
Em férias, chegam ecos difusos do que acontece (porque os jornais entram mas a sua leitura é mais solta) e por aí a indignação com este estados de relativismo das coisas se esvai nas ondas do mar. Mas choca-nos este relvado imenso que se estende a uma clique angolana por interpostos testas de ferro que fazem a ponte ou empresas que são vendidas porque a profissão mais velha do mundo não larga os negócios deste Estado.
Choca-nos a relativização da segregação social que se quer impor logo nos primeiros anos de escolaridade com a desculpa de uma maior justiça social.
Choca-nos o passa-culpas entre irresponsáveis que insistem que mandam na Europa e neste país, sem que tenham mandato pelo povo.
Choca-nos que se venda tudo sem qualquer justificação só porque se acha que estão mandatados pelo povo (omitindo as mentiras que já sancionaram depois desse mandato).
Choca-nos que, para os que nada podem fazer, a mão é sempre pesada, e que para os de sempre haja fundos e mundos.
As férias só diluem a nossa passagem por aqui porque, de resto, não calam a nossa indignação perante os atropelos à vida que todos os dias os senhores deste país cometem - com a complacência relativista de tantos que ainda há pouco mais de um ano rasgavam vestes com coisas menos graves.