Julho 25, 2011
Sigh
Miguel Marujo
Recupero um comentário no Jugular a um post, mais um (de Palmira), que a cada atentado no mundo lança-se sempre na sua cruzada anti-religiosa, supostamente ancorada numa cientificidade das suas fontes e argumentices. O curto comentário diz o óbvio:
«1. O objectivo do atentado foi estritamente político. Basta verificar quem foram os alvos.
2. A diferença entre o cristianismo e o islamismo constata-se logo pela substituição da congratulação dos ataques em críticas severas.»
[permito-me uma discordância: também no islamismo há quem logo se desmarque e critique os atentados]
O meu ponto é o de sempre: a motivação "católica" do IRA é, sempre foi, política. Essa motivação deu-lhes apenas argumentos para manterem vivos actos terroristas bárbaros de dissonância com o "ocupante". A política explica sempre muito mais qualquer atentado que a religião. Porque, se ler o manifesto do louco da Noruega, devo considerá-lo um fundamentalista churchilliano ou maçónico?! E no dia em que um ateu se fizer explodir à porta de uma sinagoga ou de uma igreja, devemos falar em quê?! Ou os regimes "ateus" da Albânia, de Cuba, da China e da Coreia do Norte devem ser considerados como fundamentalistas teus totalitários?!
Daí, insistir: o terror tem um único adjectivo - bárbaro. Não é suficiente para lutar contra ele?!
* - o título do post remete para a clássica reacção de Palmira a comentários dissonantes do seu pensamento.