Fevereiro 09, 2010
António Costa sucede a Santana
Miguel Marujo
Escreve (e bem) Ana Gomes: "(...) Não é possível - e, como socialista, não me parece útil - varrer para debaixo do tapete as questões que tais escutas suscitam: é preciso esclarecer se era, ou não, por instruções governamentais que a PT estava a negociar a compra da TVI à PRISA.
Acresce que o que foi publicado - e até hoje não foi desmentido - reforça dúvidas sobre a actuação das mais altas instâncias do Ministério Público. (...)"
Já aqui disse que a solução eram eleições. Hoje ao almoço, dois terços da mesa defendeu o contrário - mudar sim, mas sem eleições, por desgastarem o país e nada de substancial mudar: o PS deve então decidir internamente um líder que mudasse o estado de coisas, como António Costa. Argumentei que teria uma legitimidade semelhante à de Santana Lopes (algo a que me oponho - um Governo emana da Assembleia, Costa não é deputado, como Santana não era), o que não colheu junto dos comensais. Santana foi indigitado por Durão e confirmado por um órgão reduzido do PSD, sem congresso; o PS poderia e deveria convocar congresso para legitimar uma direcção nova, com directas. Não estou convencido, mas pior do que andamos, não podemos andar mais.