Janeiro 22, 2009
Situacionista
Miguel Marujo
De dedinho em riste, assobiando...
JPP, assim se apresentou na blogosfera nos seus ditos primórdios, mais tarde Pacheco Abrupto Pereira, interrompeu o seu exercício pequenino do último ano e meio (cartas de leitores mais fotos mais poemas mais livros mais textos da imprensa onde escreve) para nos entreter com uma alegada interpretação do situacionismo da comunicação social portuguesa. A ver se nos entendemos: o comentador do Público, SIC-N (e às vezes SIC), Sábado, RCP e internet [sim, leram bem, Pacheco ocupa todos os meios de comunicação social, tem mais audiência que muitos jornalistas portugueses] zurze na suposta preferência dos jornalistas para baterem no PSD e apoiarem o PS.
Percebemos bem, com os exemplos dados, o que incomoda Pacheco: se um jornalista dá voz às críticas a Ferreira Leite e ao PSD, mesmo que de um laranjinha, é situacionista, pró-socrático; se um jornalista calha escrever ou entrevistar uma voz da oposição, mesmo que socialista, a Sócrates já é um anti-situacionista.
Não cabe na cabeça de Pacheco que um jornalista seja apenas factualista. Por exemplo: Ferreira Leite disse uma mentira grosseira sobre um profissional da Lusa. Pediu desculpa? Não. Aliás, Aguiar Branco não a corrigiu, sublinhou ainda mais a mentira. O que nos afirma Pereira? Que os jornalistas é que são situacionistas ao dar esta notícia - da mentira de Ferreira Leite. Percebemos tudo muito bem: Manuela disse que não deviam ser os jornalistas a definir os critérios editoriais (talvez os senhores da S. Caetano à Lapa); Aguiar Branco esclareceu que o PSD questiona os critérios editoriais. Pois: JPP seria um bom director para todos os órgãos de comunicação social. Deixávamos de ter situacionismo. Teríamos o povo livre, herr diktator.