Julho 21, 2008
O virgem jornalismo das prendas
Miguel Marujo
É uma realidade sobre a qual um véu de silêncio se mantém: além da pressão dos departamentos de marketing e comercial dos próprios jornais, como a que relatei antes, há um mundo de oferendas a jornalistas com objectivos pouco claros. Qual é o limite que se estabelece para o gadget novo que se recebe - para divulgação - ou para a caixa completa de DVD com os Sopranos - para recensão? Que expectativas tem o divulgador ou produtor desse bem ao fazê-lo chegar ao jornalista? Ou o mundo das viagens oferecidas para isto e para aquilo, o que leva a que os jornais desinvistam em estar nos acontecimentos por critérios editoriais e aproveitem antes a boleia da editora ou da Presidência da República. O debate que falta fazer ao jornalismo é um mar de inquietações e dúvidas. Mas prefere-se sempre a manchete dos congressos médicos ou das promiscuidades empresariais.