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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Julho 05, 2008

Nos anos 90 Filomena Mónica descobriu que as missas se dizem em Português e existem carros no Minho

Miguel Marujo

Aí está mais uma análise brilhante de Maria Filomena Mónica aos exames, para gaúdio de uma certa direita-que-adorava-voltar-a-ter-nas-escolas- a-declinação-dos-rios-e-linhas-de-comboio. O tom é o do costume: fracas sentenças vertidas em tom de grande autoridade para supostamente passar uma mensagem. Competências da senhora para essa avaliação? Ideológicas. Ou devemos puxar pelas suas melhores inquietações e relatar outras análises: no livro Visitas ao Poder, da primeira metade dos anos 90, a senhora socióloga surpreende-se por as missas serem ditas em vernáculo, e não em latim. Num texto de há uns anos no Público, de visita ao Minho, Mónica descobria um mundo onde poucas eram as velhas de preto e lenço na cabeça e o carro tinha substituído a carroça. Nos livros sobre o Portugal de 60, também publicados pelo Público, nos idos de 90, incorria no erro de dizer que o fato de banho nas praias era de gola alta, quando (vejo fotos de família) no Algarve já se usavam roupas menos pesadas. Há uns anos em idêntica análise de fraco conteúdo aos exames de Português, sentenciava como Daniel Faria era mau poeta, não merecedor de ser examinado.

 

Quatro recolhas soltas, muitas se encontrariam certamente com mais detalhe. São elucidativas do umbiguismo de uma senhora que parece ter ficado na rua onde morava em Lisboa, com os pobrezinhos de sua mãe, e depois saltou para o deslumbramento de Oxford e desde então se acha o máximo. Sentenças por sentenças, posso garantir que, com professoras destas, está bem entregue o ensino superior neste país. A rainha essa vai nua, há muito.

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