Junho 09, 2008
Desacordo
Miguel Marujo
Em tempos de quase estagiário corrigi à socapa um texto do director-adjunto em que falava de um carregueiro à deriva na costa. Há dias o multipremiado-elogiado Miguel Sousa Tavares escrevia justiçeiro na crónica de A Bola, uma coisa normal, diz quem sabe nos jornais por onde ele vai cronicando. Já nem falo das muitas crónicas de Luísa Castel-Branco e Margarida Rebelo Pinto que editei/corrigi no PortugalDiário. Devia ter uma percentagem nos livros de crónicas. Posto isto: não percebo o desassossego com o acordo ortográfico, que já estava aprovado há 15 anos e que demorará seis anos a entrar em vigor. Preocupa-me mais o mal que se escreve, e não como se escreve ortograficamente... O meu Pai aprendeu por livros que diziam que mãe se escrevia mãi e Guimarãis era assim também: com i. Algures ele trocou o i pelo e e não se perdeu. Nós também não - e, verdade seja dita, só mudam dois por cento das palavras que usamos. Será assim tão mau?