Junho 09, 2004
Sejamos Francos
Miguel Marujo
É bem conhecido esse estranho fenómeno que faz com que todas as pessoas sejam boas depois de mortas... Se até Ronald Reagan passou a ser alvo dos maiores elogios vindos de todo o lado, é mais do que evidente que o mesmo acontecerá a Sousa Franco.
Eu até já tinha decidido que iria votar nele, mas nunca disse, nem vou dizer agora, que morria de amores pelo senhor. Lamento a sua morte, claro, mas não vou mudar a minha opinião sobre o Prof. Sousa Franco.
De resto, o epifenómeno que acho que vale a pena analisar é mesmo o incidente que antecedeu (não sei se terá provocado) o ataque cardíaco de Sousa Franco: os confrontos entre apoiantes dos dois dirigentes rivais do PS de Matosinhos.
O Miguel pergunta e eu respondo: não, assim não vale a pena.
Nem sequer vou comentar o evidente ridículo que é o facto de uma acção de campanha do PS se tornar uma batalha campal entre apoiantes desse mesmo partido... Limito-me a questionar se fará algum sentido alimentar as politiquices de que se alimentam os ditos "políticos" do nosso país.
Enquanto os combatezinhos intestinos, a chincana medíocre e a disputa pessoal dos cargos continuarem a ser mais importantes do que os debates úteis, os esclarecimentos necessários e a dedicação nobre e voluntariosa à causa pública, os "políticos" deste país continuarão a cavar a sua própria vala comum, na qual os cidadãos hão-de continuar a depositar as flores da abstenção e do desinteresse.
Sejamos francos: o mais chocante desta situação dramática é que todos sabemos que, com o cabeça de lista do PS às eleições europeias do próximo domingo, morreu mais um bom pedaço do pouco que resta do nosso sistema democrático.
Eu até já tinha decidido que iria votar nele, mas nunca disse, nem vou dizer agora, que morria de amores pelo senhor. Lamento a sua morte, claro, mas não vou mudar a minha opinião sobre o Prof. Sousa Franco.
De resto, o epifenómeno que acho que vale a pena analisar é mesmo o incidente que antecedeu (não sei se terá provocado) o ataque cardíaco de Sousa Franco: os confrontos entre apoiantes dos dois dirigentes rivais do PS de Matosinhos.
O Miguel pergunta e eu respondo: não, assim não vale a pena.
Nem sequer vou comentar o evidente ridículo que é o facto de uma acção de campanha do PS se tornar uma batalha campal entre apoiantes desse mesmo partido... Limito-me a questionar se fará algum sentido alimentar as politiquices de que se alimentam os ditos "políticos" do nosso país.
Enquanto os combatezinhos intestinos, a chincana medíocre e a disputa pessoal dos cargos continuarem a ser mais importantes do que os debates úteis, os esclarecimentos necessários e a dedicação nobre e voluntariosa à causa pública, os "políticos" deste país continuarão a cavar a sua própria vala comum, na qual os cidadãos hão-de continuar a depositar as flores da abstenção e do desinteresse.
Sejamos francos: o mais chocante desta situação dramática é que todos sabemos que, com o cabeça de lista do PS às eleições europeias do próximo domingo, morreu mais um bom pedaço do pouco que resta do nosso sistema democrático.