Outubro 03, 2003
18 valores
Miguel Marujo
A Madalena no seu ensino secundário teve sempre notas altíssimas (17, 18, 19 e mesmo 20). Um curso feito numa escola muito mal classificada no "ranking" das escolas (longe das bonificações do Liceu Francês, onde a filha do ministro fez o 12º ano). Tentou em dois anos sucessivos - com uma média a rondar os 18 valores... - entrar em Medicina. Sem sucesso. Pelas médias que se sabem. Ao terceiro ano, cansou-se: candidatou-se a Espanha e ao Reino Unido e entrou em várias faculdades espanholas e na exigente Universidade escocesa de Glasgow! Optou por esta, apesar de dois meses depois descobrir que tinha entrado na Faculdade de Medicina de Lisboa, com 18,9, no contingente normal. Foi para fora.
Sem favores de qualquer ministro. Porque não é filha de ministro. E sem dramas - o «sacrifício» de que falou, hipocritamente, esta manhã, Guilherme Silva, no Parlamento, referindo-se ao "castigo" imposto a Martins da Cruz: «O grande sacrifício que constituirá para a família de Martins da Cruz a decisão de voltar a separar-se da sua filha».
Como a Madalena, senhor ministro, há muitos portugueses nesta situação.
Sem favores de qualquer ministro. Porque não é filha de ministro. E sem dramas - o «sacrifício» de que falou, hipocritamente, esta manhã, Guilherme Silva, no Parlamento, referindo-se ao "castigo" imposto a Martins da Cruz: «O grande sacrifício que constituirá para a família de Martins da Cruz a decisão de voltar a separar-se da sua filha».
Como a Madalena, senhor ministro, há muitos portugueses nesta situação.