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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Setembro 24, 2012

Este mês

Miguel Marujo

(foto MM, Set/12)



Este mês é o mês em que o verão se fecha e abre a porta ao outono. Este mês é o mês em que a C. mergulhou e nadou e riu. Este mês é o mês em que as intermitências das férias - agora no fim - nos mostraram a linha do horizonte ténue e refletida, como nesta foto. Este mês é o mês da celebração da vida. Apesar da luta de vida do meu Pai.

Setembro 23, 2012

A cigarra-mor fala aos seus

Miguel Marujo

Deputado nas V (1987), VI, VII, VIII, X e XI Legislaturas
Secretário de Estado da Juventude (1990-1991);
Vereador da Câmara Municipal de Braga (1993-1997);
Secretário de Estado da Justiça nos XV e XVI Governos Constitucionais (2002-2005);
Secretário-Geral do PSD (2005-2007);
Membro da Assembleia Municipal de Braga;
Líder Parlamentar do PSD (2010-2011);
Ministro da Administração Interna (2011-12);
Ex-beneficiário de um subsídio de residência de 1400 euros, por apresentar morada em Braga, apesar de ter apartamento em Lisboa e nela viver, do qual só abdicou depois das notícias nos jornais.


Autor da frase (hoje) de que Portugal "não pode continuar um país de muitas cigarras e poucas formigas".



(post replicado e aumentado a partir de um idêntico de Pedro Vieira, no seu facebook)

Setembro 16, 2012

Esta coisa de se experimentar

Miguel Marujo

A coisa política convive mal com quem discute as decisões. Veja-se o caso prático de um primeiro-ministro acolitado por um ministro insensível e insensato que anuncia mais austeridade para matar de vez quem ainda se mantinha pouco mais do que à tona e não aceita ouvir uma única crítica, até do parceiro, teso de razão. Por isso, calha bem a decisão de um presidente da câmara querer experimentar antes de decidir definitivamente, pondo na prática uma solução que parece perfeita no papel mas que pode correr mal no dia a dia.

Falo da nova circulação no Marquês de Pombal, que muitos têm criticado só por ser uma decisão da CML de Costa (curiosamente, são os mesmos que defenderam o túnel que trouxe muitos mais carros diretamente para o centro de Lisboa). Passei lá hoje, de autocarro, pela rotunda exterior, e pareceu-me um conceito que tem tudo para correr bem. Mas o melhor de tudo foi constatar (ainda que falte experimentar) que o peão circulará muito melhor, com mais passagens por toda a praça (sim, porque até aqui, era um martírio ir, por exemplo, da Duque de Loulé até aos autocarros do Parque Eduardo VII; e porque finalmente se pode ir de novo em segurança ao centro ver o Marquês de perto). Sim, eu sei que o idiota-alegre-que-se-acha-dono-da-cidade que é o presidente do ACP veio já dizer inanidades, mas haja alguém que olhou para os peões no Marquês. E já agora: que, na dúvida, se prefira ensaiar a novidade, para só depois se decidir de vez.

Setembro 16, 2012

Esta coisa da memória é lixada

Miguel Marujo

CAA, hoje deputado Carlos Abreu Amorim, do PSD, a 14 de março de 2011: «Porque estou farto do (des)Governo em que estamos! Porque Sócrates e seus acólitos demonstraram não possuírem soluções minimamente decentes para sairmos do buraco onde nos enfiaram! Porque Sócrates é a crise dentro da crise! Porque a vontade das pessoas já não tem qualquer relação com os resultados eleitorais de Setembro de 2009! Porque este País ainda está a tempo de ter solução! VÃO-SE EMBORA, JÁ!»

Setembro 12, 2012

O próximo assalto

Miguel Marujo

Veja no calendário quando joga a Seleção - é a data do próximo anúncio de medidas de austeridade (vulgo: assaltos aos nossos bolsos). Tenha medo dos rapazes de Paulo Bento, pois.

Setembro 12, 2012

[carta aberta a D. Januário]

Miguel Marujo


peço desculpa, mas não tendo outra forma de contactar consigo quero afirmar-lhe a minha total concordância com as declarações que proferiu sobre mais este ataque soez ao povo deste país! Coloco-me desde já à sua disposição, na exata medida das minhas capacidades, para denunciar este estado de coisas. Mas enquanto crente julgo que temos também que nos perguntar: como é possível admitirmos que a "escola de economia" da Universidade Católica (ou pelo menos o seu Prof. António Borges...) esteja "mergulhada" na defesa desta política até aos "cabelos"?! Pois não é ele que afirma ao mundo que "Portugal, os portugueses, têm que empobrecer"? Não é ele o "comissário" do governo para as privatizações? Não é ele que tem um salário milionário para dar estes conselhos ao governo (que junta, decerto, ao ordenado de prof. universitário...)? Onde está a doutrina social da Igreja no ensino desta (suposta) escola? Onde está o Evangelho de Jesus Cristo? Onde está a defesa dos mais fracos, dos que não têm voz?

Obrigado por continuar, teimosamente, a anunciar o Evangelho!»

João Marujo

Setembro 07, 2012

Este é o professor que está a mais

Miguel Marujo

 

Diz hoje Nuno Crato que há "professores a mais". Tenho sempre muita dificuldade em falar das pessoas como estando "a mais". Vamos fazer o quê com as pessoas a mais? Eugenia? Deixá-las à fome? (Aqui, pelos vistos, eles já começam a tentar.) Agora: o número médio de alunos por turma é qual? Quem o aumentou descaradamente? Crato. Que diz que há alunos a mais. Se ele começasse por reduzir o número de alunos por turma para padrões europeus de qualidade teríamos certamente menos professores supostamente sem nada.

 

Contas da Pordata dizem-me que em Portugal seriam 13,3 alunos por professor em 2000; e 11,2 em 2010. Na Alemanha para este mesmo ano são 12, na Áustria e Bélgica 11,1 e na Dinamarca 7,1! (Ainda dados da Pordata)

Como se vê: é um disparate dizer que há professores a mais. O que há é política de educação a menos e vontade séria de rever o ensino. Se calhar, deteriorando a escola pública mais se consegue empurrar muitos para o privado. E ficamos com os "carpinteiros" e "eletricistas" no público. Deve ser essa a filosofia de Crato. O único professor que está a mais, já se percebeu.

Setembro 07, 2012

Estados relativos das coisas

Miguel Marujo

Em férias, chegam ecos difusos do que acontece (porque os jornais entram mas a sua leitura é mais solta) e por aí a indignação com este estados de relativismo das coisas se esvai nas ondas do mar. Mas choca-nos este relvado imenso que se estende a uma clique angolana por interpostos testas de ferro que fazem a ponte ou empresas que são vendidas porque a profissão mais velha do mundo não larga os negócios deste Estado.

Choca-nos a relativização da segregação social que se quer impor logo nos primeiros anos de escolaridade com a desculpa de uma maior justiça social.

Choca-nos o passa-culpas entre irresponsáveis que insistem que mandam na Europa e neste país, sem que tenham mandato pelo povo.

Choca-nos que se venda tudo sem qualquer justificação só porque se acha que estão mandatados pelo povo (omitindo as mentiras que já sancionaram depois desse mandato).

Choca-nos que, para os que nada podem fazer, a mão é sempre pesada, e que para os de sempre haja fundos e mundos.

As férias só diluem a nossa passagem por aqui porque, de resto, não calam a nossa indignação perante os atropelos à vida que todos os dias os senhores deste país cometem - com a complacência relativista de tantos que ainda há pouco mais de um ano rasgavam vestes com coisas menos graves.