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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Fevereiro 20, 2009

Levar a mal

Miguel Marujo

O Carnaval apresentou-se-me hoje sob a forma de um saco de água atirado contra a paragem de autocarro. Mas Marilyn não estava por perto.

Fevereiro 19, 2009

Liberdade

Miguel Marujo

Estranha polícia esta que à porta do DCIAP, com os jornalistas num passeio público, os quer afastar por ter "ordens" para o fazer. E quando confrontado com um pedido para ver essa ordem, o senhor fardado de bigode diz para o País que é a "autoridade" que manda os jornalistas para trás. Eles não sabem que o 24 de Abril já foi há quase 35 anos?!

Fevereiro 17, 2009

Famílias. Ponto

Miguel Marujo

Esta semana recebi dois convites para ir falar dos casamentos homossexuais. Tive de dizer não aos dois, porque valores mais fortes se levantam até nestas militâncias circunstanciais (que no caso dizem mais de mim como católico do que como defensor desta proposta). De resto, só lembrar o óbvio, já aqui escrito há muito: famílias há muitas. E os católicos devem recordar-se que a sagrada família é uma mulher solteira que é acolhida por um homem que casou com ela já grávida e de cujo matrimónio apenas resultou aquele Filho.

Fevereiro 16, 2009

Diria que é um velho do Restelo, não fossem os velhos pessoas sábias

Miguel Marujo

Há uma estirpe opinadora neste país que destila azia todos os dias. Profissionais do desdém, de dizer mal de tudo, acham que só assim se sentem acima da esterqueira que dizem rejeitar. Lê-se Pulido Valente, é o que se sabe. Há Medina Carreira, sempre a adjectivar mas nunca a argumentar. António Barreto só escapa quando olha os jacarandás. Ou Pacheco Pereira que se espanta com determinados situacionismos escondendo todos os que defende. Depois há os mais novos, que parecem muito vividos, mas vê-se melhor e descobre-se a mesma cabeça velha. Mas há uns que conseguem ir mais além: Alberto Gonçalves, sociólogo (e nunca a sociologia pareceu tão maltratada desde as análises escolares de Filomena Mónica), por exemplo, cuja cabecinha pensadora é de uma pobreza saloia. Já o tinha revelado sobre o voto em Obama (ai, dor de corno). Diz ele que "se calhar", precisa "de sair de casa". Sim, é a única frase acertada em anos do rapazola: ver o mundo, porque o seu umbigo está gasto. E sujo.

Fevereiro 15, 2009

Cultivar amigos

Miguel Marujo

Cavaco Silva vai em visita oficial à Alemanha. Quem o acompanha na comitiva, para mais uma vez ser apresentada como rosto da música portuguesa? Katia Guerreiro. Nada contra a música que a senhora canta (sim, é bonita). Mas ninguém questiona este apoio sem pudor da Presidência - do Estado - a uma carreira musical? Ou Cavaco acha que não nos lembramos todos da sua mandatária para a juventude?

Fevereiro 15, 2009

O problema não é o dinheiro

Miguel Marujo

No autocarro pequeno e domingueiro, ele atende o telemóvel de toque irritante. "O telefone custa dinheiro, já te disse, é para coisas importantes. Com licença, vou desligar." Pouco depois, nova chamada, que ele rejeita. Segundos depois, terceiro toque: "Paula, já te disse, isto custa dinheiro, e não resolve nada falarmos mais."

Fevereiro 14, 2009

Situacionismo (nunca olhar ao espelho)

Miguel Marujo

«Clara Viana nota e bem que "os Governos de António Guterres funcionaram como epicentro" e depois descreve proximidades perigosas: Cândida Almeida "membro da comissão de honra da candidatura de Mário Soares à Presidência da República nas eleições de 2006"», afirma o membro do Movimento de Apoio Soares à Presidência em 1986 e 1991. Devo por isso perguntar ao mais situacionista de todos se o mundo perigoso e pequeno também é o dele? É pois. Pacheco Pereira é que nunca se olha ao espelho.

Fevereiro 13, 2009

Sexta-feira 13

Miguel Marujo

O sol batia no Tejo enquanto passava a ponte, a maré baixa mostrava salinas e homens na apanha de bivalves. Há dias em que quase tudo se parece suspender.

Fevereiro 12, 2009

A fome incomoda

Miguel Marujo

 

Garapa é a mistura de água e açúcar que estes sertanejos do Ceará dão aos filhos em vez de leite. Porque não há leite para lhes dar; aliás, não é só leite que não há. Não há comida e a pouca que há é para os filhos (os pais muitas vezes não comem nada o dia inteiro), não há emprego, não há dinheiro, não há modo de ganhar a vida, não há nada a não ser a ajuda dos centros de dia, da assistência social, dos programas governamentais contra a pobreza.» [Jorge Mourinha]