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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Novembro 30, 2008

A síndrome Octávio Machado

Miguel Marujo

"Vocês sabem do que estou a falar", dizia o mais cómico treinador de futebol que tivemos. E com esta frase não explicava nada, lançava a lama e retirava-se. O homem tem feito escola neste país. Hoje, a procuradora Cândida Almeida fez o mesmo, ao revelar à TSF e ao Diário de Notícias, que o Ministério Público «afastou» a Polícia Judiciária da “Operação Furacão” e «não é por razões normais que [a PJ] está fora, é porque houve problemas». Mas depois, qual Octávio Machado, não diz que problemas. Lançada a lama, retira-se. "Vocês sabem do que estou falar."

Novembro 29, 2008

Alfarelos

Miguel Marujo

«Segundo o Público, escolher o nome dos filhos a partir do lugar onde foram concebidos está a virar moda séria. Paris Hilton e Brooklyn Beckham são apenas alguns dos exemplos mais conhecidos.

Depois daquela loucura no inter-regional com o irlandês, enquanto não se cumpriam as regras, Lara ainda pôs a hipótese de um Alfarelos O'Donnell.» [in Avatares de um desejo]

 

(por mim, Bruno, Setil O'Malley é todo um programa...)

Novembro 29, 2008

Fúrias

Miguel Marujo

Ali para o rio, troveja. Uma forte saraivada fustiga janelas, as árvores em frente, os carros parados. Sabe bem olhar de dentro para a tempestade.

Novembro 28, 2008

Ao almoço

Miguel Marujo

Mãe e filha discutem com uma terceira pessoa. Por SMS. Ouço cobras e lagartos, mas são muito civilizadas. Tratam-se por você, percebe?!

Novembro 28, 2008

Assalto

Miguel Marujo

O táxi atira-me a luz a palmo e meio de distância com a TvTáxi, mais um pedaço de território em que fomos assaltados pelos televisores. Publicidade, explica-se rapidamente. Começo a achar a rádio táxis uma grande companheira de viagem. "77 a canal de apoio. 82 é a Rodrigo Sampaio e aguarda o senhor Carlos."

Novembro 27, 2008

Lá longe

Miguel Marujo

Há já 101 mortos na Índia. Bush ainda estrebuchou qualquer coisa dos EUA acorrerem... Mas ao elefante em loja de porcelana já foi indicada a porta de saída. Melhor que saia, melhor que saia.

Novembro 27, 2008

24 horas

Miguel Marujo

Vai-se a noite. Nasce o dia. Num ciclo contínuo vejo as primeiras páginas de jornais para mim já velhos. Até já.

Novembro 26, 2008

Onde é que assino?

Miguel Marujo

«Sempre que se fala de “falências” e “insolvências”, eu imagino donos de empresas, accionistas, gestores, a devolverem os carros de serviço, a fazerem contas à vida, a venderem as casa da Comporta e do Algarve, e a reunirem a família para repensar o orçamento e fazer face à crise. Ou seja, nas minhas reminiscências esquerdelhas, eu imagino que, uma vez falhado o modelo de negócio, o patrão desça ao patamar do operário. E chego a sentir aquele aperto ligeiro no coração.

... Mas depois acordo e vejo o ex-gestor, o ex-presidente, o ex-qualquer coisa, conduzindo o seu Mercedes a caminho do restaurante à beira-rio onde decidirá de que forma vai recomeçar a partir do ponto onde antes encerrou – ou seja, bem acima do zero -, ou o que poderá fazer pelo Partido que no passado o apoiou. Penalização? Nenhuma. Carreira? Sempre a subir.

E então dou razão ao Pedro Mexia: “Achei que o mundo era complexo e afinal é bastante simples. Há instintos, interesses, desejos e lógicas de classe. Não há mais nada”.

E não havendo mais nada, tudo o resto é imaginação. E injustiça.» [Pedro Rolo Duarte]

Novembro 26, 2008

Pub

Miguel Marujo

Há na cidade pubs e bares enfiados em prédios discretos, antigos, quase decadentes, em bairros residenciais onde o barulho não faz mossa nem agenda política, que nunca estão na moda nem passam de moda. Ontem à noite, ali na Rua de Santo António à Estrela, passei pelo Bombshelter, da minha infância lisboeta, onde acabávamos as noites a comer umas boas tostas. Não terá mudado, no interior decadente e antigo, nas vozes dos mesmos clientes de sempre, porque não estão na moda nem passam de moda. Só não ponho as mãos no fogo pelas tostas.

Novembro 25, 2008

Avante

Miguel Marujo

No entusiasmo do debate ao jantar sobre bicicletas na cidade e casas e túneis e o diabo a quatro, quase formávamos uma lista prontinha para a Câmara de Lisboa. O pior é... chegar lá. Não há entusiasmo.

Novembro 24, 2008

Mas quem é que lançou um comunicado a comentar rumores?

Miguel Marujo

«O Presidente da República afirmou hoje que "não deve comentar em público" questões de Estado, quando interrogado sobre o lugar do conselheiro Dias Loureiro, ex-administrador do "holding" que controla o BPN, remetendo para a legislação que rege este órgão. [...] "Neste momento difícil que Portugal atravessa, exige-se que um Presidente da República tenha o máximo de bom senso e ponderação e que saiba muito bem aquilo que deve fazer e aquilo que não deve fazer, tendo em conta as suas competências constitucionais, aquilo que deve dizer em público e aquilo que só deve dizer em privado", prosseguiu Cavaco Silva.» [da Lusa, sublinhados nossos]

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