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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Julho 28, 2006

Um (quase) acto de contrição*

Miguel Marujo

O álbum é agradável, a presença tem o seu quê, mas.
Mas, ontem à noite, a Ive Mendes pedia-se que fosse menos excessiva,
- nas palavras ditas (longas, por vezes patéticas, entre a psicologia barata e a militância deslocada) entre as músicas;
- em temas que pediam mais discrição em alguns arranjos musicais (falta em palco o dedo de estúdio do produtor Robin Millar);
- na intimidade falhada, de cenário e de relação com o público.
A música soube assim a pouco: por causa do acessório, quase que nos esquecíamos do essencial.

* - de um jornalista que elogiou o álbum e que pode ter contribuído para alguém ter ido ali... (Não se espere idêntico acto de contrição com o outro evento de ontem; mesmo a feijões há coisas que não gostamos, mas permanecemos fiéis. Crentes.)

Julho 27, 2006

Noite

Miguel Marujo

Em noites assim, em que até as estrelas se mostram no céu da cidade, gosto de ir à janela das traseiras e deixar-me refrescar pela brisa. Há ali um generoso matagal que nos esconde da cidade e serve de amparo à privacidade, até o dia em que o PDM der lugar a um fantástico condomínio fechado. Nesse dia, as noites serão mais quentes.

Julho 27, 2006

[a imagem segue dentro de momentos]

Miguel Marujo

Parece que o site onde se aloja a imagem da t-shirt que quero comprar está em baixo. Deve ser um ataque de Matterazzi. [Este post será compreendido com a imagem visível, no preciso momento em que perderá validade. Vicissitudes.]

Julho 26, 2006

Meter o pauzinho na engrenagem

Miguel Marujo

Começar o dia, no Largo do Carmo, a conversar com/ouvir Carlos Guerreiro, dos Gaiteiros de Lisboa, a explicar a música, a sua música, que é como quem diz (também) a vida. Meter um pauzinho na engrenagem, diz ele, a certa altura. Ali, naquele lugar, a expressão retomada faz todo o sentido. Dali, para a Cidade. Para ver se isto dá uma volta.

Julho 25, 2006

Fundamentalismos

Miguel Marujo

No edifício onde trabalho fuma-se na rua. Ordem recente. E eu até prefiro que não se fume num espaço fechado de trabalho. "Parece Nova Iorque", dizem. A diferença é que não importamos tudo. As beatas acumulam-se no passeio, em Nova Iorque há pequenos caixotes para os fumadores. Fundamentalismos, claro.

Julho 24, 2006

Sofrimentos

Miguel Marujo

«Quando me inscrevi num ginásio, o sofrimento físico não tardou. Balofo e imóvel, obrigava subitamente os músculos a um trabalho inusitado, e depois eles doíam o dia inteiro, incluindo em sítios onde eu nem sabia que havia músculo. Era um sofrimento benéfico, mas mesmo assim um sofrimento.» Podia continuar a citar Pedro Mexia. Mas não seria honesto da minha parte: ele desistiu do ginásio sem comprovar vantagens desse esforço. Eu ainda resisto - e sofro. Não há parábola alguma nisto.

Julho 24, 2006

Roupas

Miguel Marujo

Escolher entre o pólo castanho, a camisa vermelha ou a t-shirt branca tem poucas implicações no meu dia-a-dia. Aqui é o mesmo, não se enganem. Mudámos de roupa, mas as convicções são as mesmas — e as baralhações de temas. Não nos importamos de falar do tempo, da guerra, de bola, da cidade, dos decotes, da morte e da vida. Mas o tom nunca será leviano. Só a nova roupa do blogue se pretende leve.

Julho 23, 2006

Proporções

Miguel Marujo

O que impressiona sempre nos exercícios de estilo sobre a guerra em curso no Médio Oriente, em particular entre os analistas à direita ou que apoiam Israel, é a facilidade com que se contam espingardas: Israel bombardeia o Líbano porque o Hezbollah lança rockets e, antes, raptou três soldados israelitas e, antes ainda, bombardeava cidades israelitas. Mas ainda ninguém me explicou porque é que o Governo israelita bombardeia civis inocentes libaneses, claramente de forma desproporcional. Hoje, nas notícias lia-se que os bombardeamentos israelitas fizeram pelo menos 11 mortos na cidade de Tiro (não consta que haja "militantes de deus" entre os mortos) e os rockets do Hezbollah mataram dois cidadãos israelitas. É de mim, mas há desproporcionalidade a mais, nesta contabilidade. As mortes deviam ser zero, de parte a parte. Mas a culpa é sempre do outro.

[actualizado: a leitura de Miguel Vale de Almeida é outra possível: «Não devo ser o único a sentir uma enorme dificuldade em escrever sobre (nem sei como lhe chamar) o que se passa no Líbano, na Palestina, em Israel. Tomar partido por um dos "lados", de forma clara, parece-me irresponsável. Identificar quem espoletou o quê (e, portanto, é "responsável") parece-me leviano. [...]»]

Julho 22, 2006

Tédio (II)

Miguel Marujo

É o que dá não ter manchetes coloridas no Expresso. Pomo-nos a mexer no template desta casa. Manias. [Sim, podem entupir a caixa de comentários a dizer mal, ou enviar e-mails a insultar. Para acabar com o tédio.]

Julho 22, 2006

Tédio

Miguel Marujo

A blogosfera anda entediada aos sábados. Faz falta o Expresso do grande arquitecto com as suas manchetes coloridas e todos suspiram pelo Sol de Setembro.

Julho 21, 2006

Finais felizes

Miguel Marujo

src=http://images.nzcinema.co.nz/movies/images/Casomai_1044_medium.jpg>

«[...] E então estavam a casar-se. O padre pede-lhes que repitam alto os votos do casamento, junto a uma igreja cheia, e depois do texto normal "prometo ser-te fiel… excepto uma ou outra vez, porque toda a gente sabe que isso traz nova chama ao casamento. Lá haverá vezes em que te tratarei mal mas toda a gente sabe que o tempo passa e o amor mirra e a vida..." Uma grande conversa que sou incapaz de reproduzir, até que o pai da noiva, depois da perplexidade de toda a audiência (filmada em grandes planos) diz, "Por favor pare com isso!!!". E o padre dá uma gargalhada e diz "Finalmente que alguém me manda calar!". E começa então a dizer percentagens de casamentos que não dão certo ou que têm as tais escapadelas dizendo que não os quer enganar, não lhes quer dizer que isso não acontece e que não lhes poderá acontecer. [...]» [da Inês, que nos enche sempre de futuros]

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