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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Fevereiro 28, 2005

Dá deus Óscares a quem não tem dentes

Miguel Marujo

A emissão dos Óscares começou por volta da uma da manhã. Hoje, a TVI mostra um compacto - supostamente para quem não cometeu a loucura, como eu, de ver pela noite fora a emissão em directo. Mas a que horas nos mostra a TVI essa repetição? 1h da manhã! Depois do futebol e da novela.

Fevereiro 28, 2005

Fomos ao tapete (versão 2005)

Miguel Marujo

As minhas apostas nos prémios foram um "flop". Por isso, deixo-vos outra leitura possível.

As melhores: Halle Berry, Hilary Swank, Natalie Portman, Cate Blanchett, Scarlett Johansson (porque sim, mas esqueçam o cabelo), Salma Hayek, Charlize Theron, Julie Delpy.
Em apreciação: Kate Winslet, Catalina Sandino Moreno, Gwyneth Paltrow, Kirsten Dunst, Beyonce Knowles (antes de mudar de vestido para cantar Vois sur ton chemin).
As piores: Renee Zellweger, Laura Linney.


[Em 2004, foi assim: as primeiras fotos, mais comentários]

Fevereiro 27, 2005

Dois lutadores pela liberdade

Miguel Marujo

Vítor Wengorovius, fundador do Movimento de Esquerda Socialista ao lado de Jorge Sampaio, morreu hoje. Wengorovius foi dirigente da Juventude Universitária Católica. Em 1974, ajudou a fundar o MES, uma organização nascida a partir da ala católica da CDE e do movimento estudantil pré-25 de Abril. [excertos da breve nota biográfica da Lusa].
Ontem, como bem assinalaram o Barnabé e o Blasfémias, foi conhecida a morte de Peter Benenson, o fundador da Amnistia Internacional. A história é conhecida: dois estudantes brindaram à liberdade na Lisboa salazarenta dos anos 60 e foram presos. Um advogado leu a breve notícia num jornal inglês - e puxou de uma carta e de uma caneta para criar um movimento que hoje é essencial na luta pela liberdade e a favor dos direitos humanos.
Cada um à sua maneira, Wengorovius e Benenson brindaram à liberdade... que é sempre pouca!

Fevereiro 27, 2005

Deus escreve direito por linhas tortas

Miguel Marujo

O mau tempo impediu hoje de sair às ruas de Évora a tradicional Procissão do Senhor dos Passos, este ano com a intenção especial de pedir chuva, sendo substituída por uma via sacra no interior da igreja. Com a particularidade de se realizar desde o século XVIII, a procissão deste ano visava também a oração pela chuva, mas a precipitação, vento e frio levaram à sua substituição por uma via sacra no interior da Igreja do Espírito Santo. [da Lusa]

Fevereiro 27, 2005

One world is enough for all of us

Miguel Marujo

À mesa de jantar, as entradas fazem-se com um atrevido vinho tinto rosé moldavo, umas ovas de peixe com nome impronunciável ucraniano. Quando se entra na sopa, estranha-se e entranha-se: beterraba, batata, funcho, feijão e outras iguarias não nomeadas - numa mistura improvável de sabores e cheiros. Seguem-se umas almôndegas com gretska, um cereal que ficou sem tradução mas com um gosto delicioso na boca. Tudo regado a vodka com pimenta - e duas cascas repousam na garrafa para o atestarmos. A sobremesa voa entre ameixas fumadas embebidas em natas e nozes e um bolo de chocolate. Delicious. À mesa, os preconceitos morrem sempre: os racistas e xenófobos não se alimentam bem.

[Talvez a propósito: o supermercado do Corte Inglés tem a semana dos alimentos europeus. A descobrir.]

Fevereiro 26, 2005

Sem glamour

Miguel Marujo

Atire-se para trás o brilho das estrelas. Hoje, a primeira página do Expresso revela-nos o que não devia - o que não pode acontecer - no Portugal de 2005. A tortura é sempre injustificável. Mesmo a uma mulher que terá morto a sua filha. E mesmo que a tenha eventualmente morto com requintes de malvadez, como se contou já em muitos artigos de jornal, o que distingue o Bem e o Mal (para não falar do estafado Estado de Direito) é a descoberta da verdade sem o recurso a métodos medievais. A PJ precisa de um curso de democracia, bom senso, civilidade. Isto, senhor (ainda) ministro da Defesa, é bem mais grave num «país civilizado» que meras percentagens a separar alegados democratas-cristãos e eventuais trotskistas.

Fevereiro 25, 2005

Aleluia, meu irmão!

Miguel Marujo

Quero agradecer a todos os meus amigos, conhecidos e família que me reencaminharam e-mails em cadeia durante 2003 e 2004. Graças à vossa bondade:

- Continuo à espera do meu telemóvel Nokia grátis que nunca chegou. Também nunca chegaram as passagens que tinha ganho para umas férias pagas na Disneyland.
- Parei de beber Coca Cola, desde que soube que serve para retirar manchas da sanita.
- Deixei de ir ao cinema, com medo de me sentar numa agulha infectada com sida.
- Cheiro a refogado, desde que parei de usar desodorizantes porque causam cancro.
- Não deixo o carro em parques de estacionamento nem em qualquer outro sítio, com medo de alguém me drogar com uma amostra de perfume e tentar assaltar-me.
- Também deixei de atender o telefone, com medo de me pedirem para discar um número estúpido e receber uma conta de telefone infernal com chamadas para o Uganda, Singapura e Tóquio.
- Também parei de beber a partir da lata, com medo de ficar doente das fezes e urina de rato.
- Quando vou a festas, não olho para gaja nenhuma, por mais boa que seja, com medo que ela me leve para um hotel, me drogue e me tire os rins para vender no mercado negro.
- Também doei todas as minhas poupanças à conta da Amy Bruce, uma menina doente que estava a morrer no hospital... desde 1993. Amy Bruce, desde então, mantém a bonita idade de oito anos.

NOTA FINAL: Se não enviares este e-mail a pelo menos 1200 pessoas, nos próximos 10 segundos, um pássaro vai cagar na tua cabeça, amanhã às 17:30.

[A partir daqui...]

Fevereiro 25, 2005

Histerias, marketings

Miguel Marujo

Vi os U2 na Zooropa Tour e depois na Pop Mart Tour. Comprei os bilhetes depois de ponderar preços, disponibilidades, vontades. Dias ou semanas depois de serem colocados à venda. Sem pressas e filas de horas. Agora, em 2005, é impossível. Já tinha sido assim (contam-me que eu não fui) com Madonna, Rolling Stones e outros: filas enormes, horas de espera, bilhetes vendidos num ápice. Não percebo porquê.

[actualizado: bato três caixas multibanco, às 14 horas, em Campo de Ourique. «Por dificuldades de comunicação, não podemos satisfazer o seu pedido.» Pequenos grupos vão pairando em torno das máquinas. Risos e desânimo - «houve granel na FNAC do Colombo», «não se consegue». No último multibanco, népias: «Bilhetes MB relvado esgotados». De Aveiro, o J. e a G. contam-me o mesmo. «Fora de serviço». Pois. Sempre se poupam uns trocos, resigno-me.]

Fevereiro 24, 2005

Andamos sempre nisto

Miguel Marujo

O Papa mistura temas que não se comparam. Eutanásia, aborto, preservativo, por exemplo, lêem-se demasiadas vezes no mesmo parágrafo. Agora, o aborto e o Holocausto surgem no mesmo plano, levantando um coro de protestos. E com razão. Não pelo que se escreve no livro de João Paulo II (lendo bem, não há uma comparação "absoluta" aborto=Holocausto), mas pela forma confusa (intencional?) como se aborda os limites das leis. E, em vez de se reflectir seriamente sobre estes temas, acabamos por estar a discutir o acessório ou a defender e atacar semânticas.

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