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Cibertúlia

Dúvidas, inquietações, provocações, amores, afectos e risos.

Novembro 30, 2003

Outras leituras

Miguel Marujo

Ivan na praia diz que conhece poucos católicos. E menos ainda o que pensam os católicos. Melhor dito: conhece pouco aqueles que «são católicos porque pensam nisso». Nós por aqui, às vezes, pensamos nisso. Mas há outros. A blogosfera pode ser um primeiro encontro, em muitos e variados estilos (Companheiro Secreto, Palombella Rossa, A Quinta Coluna, Rui Almeida, por exemplo). Mas, também no Público de hoje, há uma entrevista a um teólogo muito estimulante (e pouco querido no Vaticano), Juan José Tamayo. Prometo voltar ao tema. Como Ivan prometeu.

Novembro 30, 2003

O fim-de-semana às avessas

Miguel Marujo

Agora, a companhia ao sábado mudou. O «DNa» passou para a sexta-feira, a «Grande Reportagem» passa a semanal e encartada no DN e no JN. Ao domingo, também a NotíciasMagazine (que acompanha os dois "notícias") teve um "lifting", ou nas palavras de Isabel Stilwell foi ao guarda-roupa e mudou tudo.

O que fica?

O guarda-roupa da «NM» mudou, mas o estilo é o mesmo. Não paremos aqui muito tempo.

A sexta não é dia para o «DNa», que fica à espera da noitinha ou do sábado de antigamente para a leitura sossegada.

O sábado é dia para a «GR» - e que excelente resultado está ali. Se acho que ficam arestas por limar - mais no grafismo, que no conteúdo, na minha opinião de leitor -, o que encontrámos ontem foi bom jornalismo mensal-tornado-semanal. Explico-me: se mês a mês se perdia muitas vezes na resposta à actualidade, ganhava-se com a profundidade na abordagem dos temas. E isso continua lá.

Resultado? O DN é assim um «Expresso». Não se consegue ler muito do caderno principal, mas alguns dos seus suplementos são um prazer.

Novembro 30, 2003

Os mitos da direita sobre a Constituição

Miguel Marujo

Portas perorou ontem à noite a um grupo de jovens populares sobre a necessidade de acabar com «marcas revolucionárias» da Constituição de 1975. Também esta semana, Durão acusava que a Lei Fundamental «não nasceu democrática», com o mesmo ar com que - no mesmo ano de 1975 - se insurgia contra a «burguesia».

Hoje, no Público, Mário Mesquita faz um saudável exercício de memória, para lembrar aos desmemoriados "afilhados" de Sá Carneiro (o jovem Paulo, nos anos 70, e o "entradote" José Manuel, já na década de 80), a posição do PPD no voto da Constituição, em 1975.



«(...) Votámos a Constituição porque ela foi o produto honrado do jogo democrático. Votámos a Constituição porque, no essencial, ela também recolhe o fundamental do nosso programa. Mas votámos a Constituição sem qualquer crença fixista sobre a história. Votámo-la coma consciência clara de que este Povo de mais de oito séculos vai retomar, serena e firma, a sua longa aventura de liberdade». Barbosa de Melo, professor da Faculdade de Direito de Coimbra e, mais tarde, Presidente da Assembleia da República, na declaração de voto do seu próprio partido.



«Votámos a favor do texto da Constituição em globo com a convicção de que - com todos os seus erros ou defeitos - corresponde a um marco histórico fundamental na institucionalização da democracia e no avanço reformista para o socialismo humanista no nosso país". Os constituintes do PPD escrevem que, "no seu todo, em coerência com a opção social-democrática (...), votámos favoravelmente o texto da Constituição crentes de que o seu saldo é francamente positivo e esperançados de que todos os verdadeiros democratas (...) tudo farão para que a democracia triunfe irreversivelmente em Portugal (...).» Marcelo Rebelo de Sousa, Coelho de Sousa e Mário Pinto, então deputados do PPD, em declaração de voto.

Novembro 29, 2003

Lá como cá

Miguel Marujo

Os portugueses parecem ter sido precursores de um novo movimento de protesto no mundo. Se o país está enfiado num buraco financeiro, enfie-se um autocarro numa cratera lisboeta para a metáfora. Agora, é em Itália. Ficamos apenas sem saber se o protesto é contra a realização da cimeira da União Europeia em Nápoles, contra o governo de Silvio Berlusconi ou contra a referência a Deus na Constituição Europeia ou nada disto...


Novembro 28, 2003

Tendo a concordar, caro Tiago

Miguel Marujo

«Pacto com o diabo

Durão Barroso foi rever a Concordata ao Vaticano. A Igreja Baptista de Moscavide tem um problema de infiltração de águas que torna o culto nos meses de Inverno num exercício de desportos náuticos. A culpa não é do vizinho negligente que provoca o fenómeno mas do maldito documento com Roma. Este trato é satânico. Mostra que ainda somos um país de malfeitores.
»

Novembro 28, 2003

W de visita onde?

Miguel Marujo

Não sei se alguém já terá dito isto. Ou se é apenas uma perplexidade minha. Todos, ou quase todos, falaram na «visita surpresa de George W. Bush ao Iraque», «a primeira de um presidente americano» ao país que já foi de Saddam. Duas horas e meia no aeroporto é visita a um país? Fixe, pá: já posso acrescentar algumas paragens exóticas no meu currículo de passageiro ocasional (Nova Deli, Qatar, ou mesmo Londres, onde consegui permanecer uma noite e duas manhãs inteirinhas em dois "stop-overs"). Depois, uma última dúvida me assalta: se os iraquianos querem tanto a democracia levada pelos GIs americanos por que é que Bush não se passeou um pouco mais por Bagdad?

Novembro 28, 2003

Eu gostava de ter professores assim...

Miguel Marujo

... ou como a (falta de) exigência no Ensino Superior é (muito) culpa de professores como este senhor.



Ele dá notas com uma facilidade extrema. Ele facilita imenso a vida aos seus alunos. Com professores destes não admira que haja cadeiras com notas inflacionadas (ao contrário de outros, que adoram chumbar os alunos). Marcelo Rebelo de Sousa diz, hoje em entrevista à revista «Tempo» (que substitui o desaparecido «Euronotícias»), que há um conjunto de ministros com uma prestação sofrível ou razoável neste Governo. Nota final: 14. Fantástico, professor.

Novembro 27, 2003

Ele há presépios assim (II)

Miguel Marujo

«Façamos então o presépio para este ano. Há musgo? Então acame-se. Agora, as figuras: os reis magos, o pastor, o menino e Maria. Ficou bonito? Para alguns ingleses está óptimo. José, o marido de Maria, não faz falta nenhuma. Foi assim que entendeu a cadeia de lojas John Lewis, que conta com diversos armazéns espalhados pelo país de Sua Majestade. O objectivo é vender presépios monoparentais, só com Maria e o menino. O êxito desta nova representação do nascimento de Jesus Cristo está assegurado para os lojistas da John Lewis: é que certas famílias monoparentais ou homossexuais preferem um presépio «adaptado» à realidade da família que têm.



Segundo relata o semanário Sunday Times, os clientes que têm perguntado aos lojistas o que aconteceu a José têm recebido uma e única resposta: «fugiu». Este fugiu tem um sentido comercial: falar ao coração das mães solteiras que viram os pais dos seus filhos «fugirem» antes do parto.



Mas as novidades não param por aqui. É comum saber-se que os três reis Magos, Baltazar, Gaspar e Melchior, eram dois brancos e um negro. Mas nesta cadeia de lojas, há pacotes de reis magos para o gosto de cada um: três brancos, dois negros e um branco, um asiático e dois negros, e por aqui fora. As combinações são feitas “à la carte”, e permitem que cada família escolha os seus reis. [...]»



João Vasco Almeida (que também me falou no porquinho natalício), in PortugalDiário, Dezembro de 2000

Novembro 27, 2003

Presépios

Miguel Marujo

Hoje, «A Capital» traz um porco como oferta diária para o presépio que está a ser oferecido aos seus leitores. Leram bem: um porco. Ele há presépios assim.

Novembro 27, 2003

É a vidinha...

Miguel Marujo

... e regressámos mesmo à nossa vidinha: Casa Pia e exames e revistas, Moderna e sentenças, desemprego com recordes em cinco anos (mas a culpa deve ser de Guterres), cunhas no ensino (mas a culpa é do adjunto, nunca do responsável), greves da Carris (e nada de ideias claras para incentivar o uso do transporte público), cheias (e ainda agora caíram as primeiras chuvas), taxistas que querem ganhar mais no aeroporto e pagar nada nos impostos, futebóis.

Lá fora: há crianças detidas em Guantanamo (e nem um clamor, um simples ai! dos bushistas nossos de cada dia), há um Iraque que continua sem rei nem roque, há um terrorismo desumano que mata a esperança.



Valham-nos pequenas coisas, mesmo muito pequenas. Amanhã é dia de «O Inimigo Público», no Público, e de «DNa», agora às sextas no DN, porque aos sábados - e esta é outra boa notícia (outra pequena coisa) - haverá «Grande Reportagem» no DN.

Novembro 26, 2003

Zero de cultura

Miguel Marujo

Numa entrevista a publicar por estes dias, Simão Rubim, da Companhia Teatral do Chiado, diz que «não há teatro em Portugal». Deste Ministério da Cultura nunca ouviu falar, este ministro ninguém o conhece. Hoje, a Zero em Comportamento anuncia o seu fim. Diz-se farta das palmadinhas do ICAM e de Santana Lopes - «mas [que] até hoje não [contribuíram] com nada de concreto». É este um retrato possível da nossa cultura actual. Mas o que o povo quer é vela, ó marujo!

Novembro 26, 2003

Classificados - uma pergunta repetida...

Miguel Marujo

Quem foi Damasceno Monteiro?, perguntei aqui há dois meses. Hoje, um leitor da Cibertúlia questionou-me se já tinha resposta. Apesar da minha demanda, ainda não tenho. Não há ninguém que nos ajude? (E não estamos a falar da personagem do livro de Tabucchi...)

Novembro 26, 2003

Hoje somos todos marujos!

Miguel Marujo



Os marujos agradecem a atenção que os meios de comunicação social têm dispensado à nossa arte de marear. Os hossanas que se cantam fazem lembrar a excitação pré-Expo e pré-Euro. Depois virão as preocupações com os dinheiros públicos, blá-blá-blá... Ó Durão: e as listas de espera nos hospitais?

Novembro 25, 2003

Blogues novos, velhos amigos

Miguel Marujo

Estão aí­ na coluna da direita as novas moradas que valem muitas visitas: Palombella Rossa, pela pena de José Pureza, e Causa Nossa, onde assina Jorge Wemans - com outros, vários outros, que mal ou bem também têm de ser lidos: Vicente Jorge Silva, Luí­s Osório, Luís Nazaré, Ana Gomes, Eduardo Prado Coelho, Vital Moreira e Maria Manuel Leitão Marques...

Novembro 25, 2003

As Cobaias da Europa.

Miguel Marujo

Há políticas que não se percebem. E por não se perceberem é que entram em descrédito. E por entrarem em descrédito é que se procuram alternativas. Foi assim com o PS e agora com o PSD...


Eu não percebo porque é que "Ferreira Leite não permite desvios no défice português, mas é benevolente com Paris e Berlim".


Quem lê a noticia linkada fica ainda com uma outra pior sensação. Que Portugal foi uma cobaia nesta história de Pacto de Estabilidade e Crescimento, e que agora "[...] a Comissão Europeia «aprendeu» com o caso português". Obrigadinho. Se ao menos isso significasse o desapertar do cinto.


Para mim, pessoalmente, fica ainda outra imagem passada pela ministra, se calhar errada e injusta, mas também tenho direito a erros.

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